A parte prática de qualquer profissão é bastante importante para você conseguir consolidar os conceitos e entender os gaps entre a teoria e o dia a dia. Nesse sentido, vamos criar uma série com 5 conteúdos sobre cada uma das fases do Design Sprint.
Com esses materiais, você terá a oportunidade de trabalhar em cima de um case real e utilizar na prática os conceitos e ferramentas do Design Sprint.
Continue a leitura para entender melhor e conseguir aplicar os conceitos do primeiro dia de Sprint: o Mapeamento!
Mas antes, vamos relembrar: O que é Design Sprint?
O Design Sprint
Design Sprint é uma metodologia criada por Jake Knapp e tem forte conexão com os princípios da Filosofia Ágil.
Dessa forma, o Design Sprint propõe, basicamente, prototipar, testar e validar uma solução em um período curto de 5 dias.
Portanto, o tempo é uma questão crucial do Design Sprint. Cada dia do processo possui um objetivo, tais quais:
- 1º dia: Mapear;
- 2º dia: Esboçar;
- 3º dia: Decidir;
- 4º dia: Prototipar;
- 5º dia: Testar.
E durante esses 5 dias, o Design Sprint propõe 6 grandes passos:
- Entendimento;
- Definição;
- Divergir;
- Decidir;
- Protótipo;
- Validação.
Logo, está série de conteúdos está completamente atrelada aos 5 dias do processo de Design Sprint a começar por: Mapear.
Dica de Leitra: Design Sprint - Como Acelerar o Desenvolvimento de um Produto?
O primeiro dia do Design Sprint: mapear
O primeiro dia do Design Sprint tem como objetivo Entender e, como o próprio nome já diz, Mapear qual a necessidade do usuário que deve ser solucionada.
Preste atenção que, nessa fase, o mais importante é obter todas as informações necessárias para se ter clareza das ações dos próximos passos e dias do Design Sprint.
Portanto, na fase de Mapear, a preocupação não deve ser em encontrar a solução ou pensar nos protótipos ou em como sanar as dores do usuário.
O principal ponto neste momento é descobrir qual o problema que deve ser resolvido.
1º passo: entendimento do contexto e objetivo
O primeiro passo do primeiro dia do Design Sprint é entender qual o contexto das necessidades do stakeholder, bem como qual é o seu objetivo.
Dessa forma, é importante sentar com o seu cliente e entender quais são as suas vontades, expectativas, objetivos e necessidades.
Para tanto, você pode fazer um questionário com perguntas do tipo:
- Quais são os seus objetivos? Ou qual o seu principal objetivo nesse momento?
- E por que você deseja atingir esse objetivo?
- Qual o melhor critério de sucesso para o seu negócio?
- Quais são as pessoas/personas para quem você deseja resolver os problemas?
- Por que esse problema é um problema?
Perceba que o objetivo é entender qual é o contexto no qual o stakeholder está inserido e quais são os seus critérios para indicar o que é sucesso e quais são seus objetivos.
Além disso é importante deixar todas as expectativas alinhadas. É preciso entender o que o cliente espera que seja entregue no final do Design Sprint. Um protótipo, uma ideia, um processo?
No final dessa parte, é importante ter a definição de qual é o objetivo que deve ser atingido pelo Design Sprint.
Mas tenha em mente, ainda, que objetivo é algo mensurável e com data para acontecer. Um exemplo concreto pode ser a redução dos custos mensais ou aumentar a capacidade de atendimento.
"Quero crescer meu negócio" não é objetivo!
Utilizando a Matriz CSD
Com a definição do objetivo e com o briefing em mãos, está na hora de utilizarmos uma ferramenta que auxiliará nas pesquisas: a matriz CSD.
Como o próprio nome já sugere, utilize a matriz para mapear quais são as Certezas, as Suposições e as Dúvidas que você e sua equipe possuem sobre o contexto do stakeholder.
Lembre-se de que o que irá nortear esse mapeamento é o objetivo do Design Sprint, que foi alinhado anteriormente junto ao stakeholder.
Dessa forma, para criar a matriz, desenhe 3 colunas: Certezas; Suposições e Dúvidas. Em seguida, use post-its e preencha cada uma das 3 colunas. Faça esse exercício com todos os membros da sua equipe.
Este brainstoming servirá como base para realizar as pesquisas, com o intuito de tirar as dúvidas que foram mapeadas.
Criação ou entendimento da Persona
Ainda no primeiro passo, é preciso identificar qual a persona para quem é dedicada a solução do problema. Caso o próprio stakeholder não tenha essa definição, você mesmo pode criá-la.
A definição da persona é importante para você entender exatamente quem é o seu usuário final e como ele pensa e age.
Para criar rapidamente a sua persona, você pode utilizar diversas ferramentas, como mapa de empatia.
No mapa, você coloca o que o usuário, vê, fala, ouve, faz, bem como quais são as suas dores e as suas satisfações.
Com isso, você consegue mapear as características emocionais e sensoriais do seu usuário final.
Mas lembre-se de que você não tem muito tempo. O Design Sprint é um processo curto. Então, não perca tempo criando elementos desnecessários para a sua persona.
Dica de Leitura: Persona - Por Que É Essencial para Qualquer Projeto em UX Design?
2º passo: efetuar as pesquisas
Com o mapeamento CSD em mãos, utilize essas informações para criar roteiros e questionários de pesquisa.
No entanto, tome cuidado para não criar perguntas e roteiros enviesados para não influenciar seus resultados.
A pesquisa pode ser feita de diversas formas:
- Fazendo Benchmarking: talvez concorrentes ou empresas parceiras possuam os mesmos problemas;
- Entrevistando usuários;
- Pesquisando na internet, de fontes confiáveis (Desk Research);
- Conhecendo melhor o mercado do cliente.
Note que existem diversas maneiras de se obter informações e dados para enriquecer o seu Design Sprint. Contudo, lembre-se que o tempo é limitado e deve ser controlado.
Dessa forma, limite um prazo para efetuar as pesquisas, caso contrário fica fácil perder a noção do tempo.
3º passo: organizar os dados e definir o problema
Neste momento, você já definiu o objetivo do seu projeto e já efetuou as devidas pesquisas para sanar as suas dúvidas e fortalecer suas certezas sobre as necessidades e situação do seu cliente.
O próximo passo do dia do Mapeamento do Design Sprint é organizar esses dados e ideias de uma maneira visual, para que você consiga identificar exatamente qual o problema a ser resolvido pelo seu projeto.
Utilizar ferramentas visuais é bastante importante nesse momento porque elas fornecem uma visão ampliada.
Dessa forma, utilize uma parede com post-its, ou desenhe em um quadro branco. Ainda, caso precise, existem alguns programas que te auxiliam a ter esse mapa visual das suas ideias. Como dica, procure os programas Mural e Miro.
Uma vez que as ideias de problemas estão visualmente expostos, classifique-os em temas e coloque um grau de prioridade. Isto ajudará na escolha do problema.
Em seguida, é hora de estabelecer a votação para que o problema a ser resolvido seja escolhido.
Dessa forma, ao final desse primeiro dia de Design Sprint, você deve ser capaz de escrever qual é o problema a ser resolvido, quem ele afeta e qual a sua causa.
Quais os principais erros do dia de mapeamento?
O dia do Mapeamento é o dia mais importante do processo de Design Sprint. Porque as informações coletadas nele é que direcionarão os outros dias do seu processo.
Dessa forma, existem alguns cuidados que você precisa tomar para que o dia do mapeamento não seja prejudicado. Com isso em mente, abaixo estão os erros mais comuns que os Designers cometem no primeiro dia de Design Sprint:
- Criar um problema sem ter efetuado nenhuma pesquisa;
- Prolongar as atividades e não controlar o tempo;
- Enviesar a pesquisa;
- Querer solucionar diversos problemas. É preciso ter foco;
- Querer solucionar um problema "impossível" ou um problema muito fácil, mas que não agrega valor ao negócio.
Portanto, fique atento e não cometa algum dos erros acima, com o risco de prejudicar o seu processo de Design Sprint inteiro.
Fim do primeiro dia do Design Sprint
Com este artigo, esperamos poder ter ajudado de uma forma mais prática a entender, elaborar e realizar o primeiro dia do Design Sprint.
Ainda restam mais 4 dias! Então, não perca tempo e confira o que acontece no 2º dia do DS: