As áreas relacionadas a UX/UI Design ainda podem proporcionar bastante confusão. Principalmente porque estão cheias de siglas, termos e conceitos os quais, em um primeiro momento, podem até nos assustar.
Nesse sentido, para quem está começando a se interessar pelo assunto ou já está pensando em migrar para a área, alguns termos podem acabar se embaralhando:
- UX Design;
- UI Design;
- Interaction Design;
- Product Design;
- Service Design.
Portanto, a ideia deste artigo é fazer com que você comece a se acostumar com essas diferentes definições e entenda melhor as responsabilidades dos cargos de cada área.
Que tal? Vamos lá?
O xis da questão
Para começar, é relevante entendermos a diferença de dois termos que causam bastante confusão: CX e UX.
CX equivale a Customer Experience e é uma área mais abrangente. Ela engloba toda a história, jornada e experiência de um consumidor com uma determinada empresa.
Portanto, o CX leva em consideração todos os serviços e produtos de uma empresa, além de todas as jornadas e interações do usuário — e não somente aquelas que acontecem em uma interface digital específica.
Dessa forma, CX resume toda a relação das pessoas com uma marca, tendo seu foco em converter as experiências em algo positivo e em bons resultados para a companhia.
Por outro lado, UX refere-se a User Experience e é algo mais específico do que CX.
Nesse sentido, UX é o termo utilizado para se referir a toda experiência de um usuário ao utilizar um determinado produto ou serviço de uma empresa.
Portanto, UX acontece desde o momento em que o usuário se interessa por um produto da empresa, interage com ele e atende suas necessidades.
Dessa forma, é correto afirmar que UX é um elemento dentro do CX.
UX Design: o usuário é o centro
Jakob Nielsen e Don Norman — fundadores da NN/g — resumem UX Design como a maneira de estudar diferentes e melhores formas de atender às necessidades dos usuários e mantê-los satisfeitos ao longo de toda sua jornada.
O principal objetivo do UX Design é colocar o usuário no centro das tomadas de decisão.
Dessa forma, a preocupação do UX Design é com cada etapa de interação do usuário com certo produto ou serviço, prezando pela experiência total proporcionada.
Portanto, o UX Designer é responsável por descobrir quais as necessidades dos usuários e qual a melhor maneira de atendê-las através do design.
Esse profissional determina como a interface de um produto irá funcionar, como ela será organizada e como cada parte se relaciona com a outra.
Se toda a comunicação interna de uma interface for boa e a navegabilidade for intuitiva, o usuário terá uma boa experiência.
Dica de Leitura: 11 Medos que Te Impedem de Migrar para UX Design
UI Design: desenhando interfaces
UI significa User Interface, ou seja, Interface de Usuário.
Dessa forma, UI Design é responsável por desenvolver interfaces visuais que auxiliam na interação e na comunicação entre o usuário e determinada tecnologia — celulares, computadores, televisão, etc.
Nesse sentido, UI Design é uma área indispensável no mercado de Design por ter uma relação e influência direta com a percepção do usuário sobre um produto ou serviço.
O UI Designer é responsável por dispor todos os elementos visuais de uma interface de uma forma lógica e harmoniosa, melhorando sua usabilidade.
No final do dia, sua principal função é desenvolver interfaces intuitivas para o usuário, utilizando-se de conceitos estéticos e funcionais.
Product Design: gerenciando produtos
Product Design é a área que engloba tanto o UX quanto o UI Design, dando atenção especificamente aos produtos digitais.
Nesse sentido, o Product Design engloba todo o processo da criação de produtos e entrega de experiências, considerando problemas e necessidades e propondo soluções.
Portanto, Product Designers normalmente trabalham em times com outros profissionais, como:
- desenvolvedores;
- engenheiros de computação;
- profissionais de marketing.
Dessa maneira, o Product Designer se envolve desde as fases de pesquisas até os testes de usabilidade do produto.
Desenvolver um produto envolve um processo analítico e depende de uma postura aberta à resolução de problemas que melhorem a vida dos usuários.
Logo, além de solucionar problemas, o Product Designer precisa identificar e entender quais são os problemas e dores dos usuários, para, então, determinar qual a melhor solução.
Portanto, é comum que este profissional tenha sólidos conhecimentos em metodologias como:
- Product Management;
- Filosofia Agile;
- Lean UX;
- Design Thinking;
- Entre outras.
Dica de Leitura: Product Manager - Negócios, Tecnologia e User Experience
Exemplo Prático
Um exemplo de Product Design foi a criação da NuConta, do Nubank, relatada pela própria equipe de Design do banco digital.
O time envolvido fez um levantamento de desafios e necessidades que poderiam solucionar. Em seguida, começaram a definir as personas e priorizando quais perfis seriam os mais adequados no momento.
Após definir o problema e a persona, os Product Designers elaboraram wireframes e protótipos de alta/baixa fidelidade e efetuaram testes com os usuários.
Com os bons resultados dos testes, a NuConta foi lançada. Mas o trabalho não parou por aí. O Nubank deixou um espaço para feedbacks e opiniões dos usuários. Dessa forma, foi possível sempre estar abertos a oportunidades de melhoria.
Portanto, nesse estudo de caso, podemos observar que a responsabilidade do Product Designer cobre todo o processo de desenvolvimento de um produto digital. Desde as pesquisas iniciais, identificando problemas definindo personas e criando soluções.
Além disso, é papel do Produto Designer continuar melhorando o produto, em ciclos de iteração e testes constantes.
Design de Interação: as relações Homem - Máquina
O Design de Interação se refere às definições das interações entre o usuário e a interface.
Nesse sentido, ele se assemelha bastante a UI Design. Mas a nomenclatura Interaction Design, em geral, implica conhecimentos mais profundos em relação a usabilidade e psicologia das interações entre o homem e máquina (HCI - Human Computer Interaction).
O principal objetivo desse profissional é garantir que o produto/serviço tenha o melhor desempenho possível durante a interação com o usuário.
Ele estuda a evolução da relação dos humanos com as interfaces.
Service Design: os processos também importam
O Service Design tem o objetivo de mapear e desenhar os serviços necessários para que o produto seja utilizado pelos usuários, incluindo todos os agentes (humanos ou não) necessários para que a jornada do usuário seja bem sucedida.
Dessa forma, essa área está muito relacionada como a experiência do usuário é criada. As pessoas, processos e tecnologia precisam estar alinhados para que tudo funcione corretamente.
Logo, Service Design normalmente envolve utilizar mapas de jornada do usuário. Essa prática ajuda a entender mais sobre a interação de cada um e prover insights mais assertivos.
Diferente das demais vertentes, o Service Design trabalha na perspectiva do serviço e da empresa, levantando questionamentos em todos os pontos de contato entre os usuários, a empresa e os agentes externos que influenciam na jornada. Ou seja, o usuário é o beneficiário final, mas todos os esforços aqui se concentram em como fazer o serviço funcionar.
Dica de Leitura: Entenda mais sobre Service Design
Outras possibilidades para o Service Designer
O Service Designer também pode organizar as demais áreas, como marketing, vendas, Product Design e TI, para trabalharem juntas e de forma eficaz.
Por exemplo: quando uma companhia aérea promete, após um voo, devolver as malas primeiramente para os clientes VIPs. Se tudo for bem orquestrado e executado, estes usuários terão uma ótima experiência, pois tiveram o que foi prometido.
No entanto, se as malas chegarem junto com as dos demais passageiros, esta quebra no fluxo do serviço pode demonstrar um desalinhamento entre os agentes deste serviço - o que precisa ser investigado pelo Service Designer.
É importante entender que, apesar dessas diferenças, um mesmo profissional acaba, muitas vezes, desempenhado diversas funções em um mesmo cargo.
Como está o mercado de UX Design?
De acordo com pesquisa publicada pelo NN/g, a expectativa é de que entre 2017 e 2050, o UX Design cresça de 1 milhão para 100 milhões de profissionais.
Segundo o grupo, de 1950 a 1983 a área cresceu de 10 profissionais para 1000 . Entre 1983 e 2017, o número foi para cerca de 1 milhão.
Na pesquisa, o grupo aponta que o crescimento da área ocorre de 4 formas:
- Mais profissionais de UX nas empresas;
- Avanço de novas tecnologias com aplicação do UX;
- Mais empresas com alto nível de maturidade em UX;
- Mais empresas e países aplicando e desenvolvendo projetos de UX.
Outra pesquisa, feita pela InVision, descobriu que dos 1635 entrevistados da área:
- 81% (4 em 5) são contatados mensalmente por recrutadores;
- 34% (1 em 3) são contatados semanalmente;
- 6,1% sentem que estão sendo mais contatados esse ano do que no ano passado.
Essa alta procura acaba elevando os salários dos Designers das áreas listadas.
Nesse sentido, 84% dos entrevistados pela Invision afirmaram ter recebido um aumento nos últimos dois anos.
Com a alta demanda, os Designers podem até escolher onde querem trabalhar. Algumas das qualidades que os Product Designers procuram em sua próxima oportunidade de trabalho são:
- A possibilidade de resolver problemas desafiadores;
- Bom salário;
- A possibilidade de trabalhar remotamente;
- Equipe de Design já estabelecida.
Dica de Leitura: Entenda melhor sobre o Boom do UX Design
Vagas em UX Design
Como mostramos, o mercado dessa área está bastante movimentado e ativo.
Diariamente, nossos alunos do Bootcamp MID postam vagas e oportunidades em UX Design no mercado nacional e internacional, em nossa comunidade.
Dessa forma, se você for uma pessoa dedicada, motivada e curiosa, as chances de se dar bem em UX/UI Design é alta.
Os salários para essas funções é bem elevado, devido a alta demanda. Portanto, caso queira migrar de área, esse é um excelente momento para fazê-lo.
Esperamos que esse artigo tenha te ajudado a entender melhor as diferenças entre os diversos cargos de Design relacionados com a experiência do usuário.
Apesar de serem várias funções, muitas vezes o mesmo profissional irá realizá-las, dependendo da empresa e tamanho do projeto.
Portanto, para você se tornar um UX Designer, é essencial que você se dedique muito e faça cursos que te ensinem conceitos teóricos e práticos e que te ajudem a desenvolver um portfólio.
O estudo deve ser contínuo, não só no momento de migrar. Deve ser algo sempre presente na vida do Designer. Como a área está em muito desenvolvimento, é preciso se manter atualizado nas tendências, mas possuir uma sólida base teórica.