Nessa entrevista, conversamos com Rodrigo Medeiros aluno do Bootcamp MID, que compartilha como conquistou sua primeira vaga em UX Design em Lisboa, Portugal.
Após 12 anos trabalhando com Design no Brasil, Rodrigo decidiu conhecer o mercado de tecnologia em Portugal e disse estar quente! Verificou que existia um déficit de profissionais especializados em UX Design em Lisboa e encontrou a oportunidade de iniciar sua carreira em UX /UI Design no exterior.
Para a conquista dessa vaga Rodrigo conta como foi importante refazer seu portfólio focado em UX e hoje recebe diversas propostas de recrutadores no LinkedIn.
Rodrigo, conta um pouco sobre você
Sou de João Pessoa, na Paraíba, cidade onde vivi maior parte da minha vida. Também vivi um curto período em Joinville, Santa Catarina, trabalhando.
Comecei a buscar oportunidades em UX Design fora da minha cidade e já acompanhava o trabalho do Felipe, da Aela.
Quando surgiu o Bootcamp MID eu pensei: "Opa! isto pode encurtar o caminho para o que eu estou precisando!"
Já havia uns 12 anos que eu trabalhava como Designer, front-end, design de interface, diretor de arte, design digital. Mas chegou uma hora que eu vi que não era isso que buscava.
Percebi que já não haviam tantos desafios na carreira e essa foi a causa de migrar para UX Design.
Atualmente, sou Product Designer e estou morando em Lisboa, há 7 meses.
Como você descobriu a área de UX Design?
Eu já era suficiente em UI, mas faltava a parte de um conhecimento focado em UX. O que eu fazia de UX era muito no achismo.
Percebi que no mercado que eu atuava não existiam tantos UX Designers e as oportunidades para eles eram diferenciadas. As agências maiores exigem conhecimentos dos profissionais em UX/UI Design.
Enfim, conheci a área de Product Design quando um dos lideres de uma empresa que eu trabalhava criou um novo negócio. Ele me convidou pra trabalhar com projetos de consultoria de Design Thinking e eu enxerguei uma boa oportunidade nisto.
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Como surgiu a oportunidade para atuar como Product Designer?
Foi um processo.
O dono da empresa que trabalhei com consultoria de Design Thinking mudou pra Portugal. Resolvi passar férias na Europa já para entender um pouco sobre o mercado de design e houve um contato.
Vim pra Portugal para atender o mercado de design, sem propostas trabalho ainda. Mas com perspectivas de carreira.
Apliquei meu currículo para algumas vagas e consegui uma oportunidade numa agência digital. Porém, esta agência tinha o perfil das empresas e agências que trabalhei como designer, anteriormente.
Apesar da oportunidade não se alinhar às minhas expectativas, naquele momento, encarei o trabalho. Eu vi naquela oportunidade uma forma de entender o mercado de Design fora do Brasil.
Depois de 6 meses nesta agência, busquei outras oportunidades e surgiu uma vaga de Product Designer em uma empresa grande, OutSystems, onde estou hoje.
A OutSystems é uma das 3 maiores empresas de tecnologia de Portugal.
Atuo nesta nova empresa há mais de um mês e pra mim é novidade porque trabalho somente com um produto, pensando nele por etapas!
E o desafio de trabalhar especificamente para um produto em UX Design é ficar implementando, perguntando e identificando o que pode ser melhorado nele o tempo todo.
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Como foi o processo seletivo para essa vaga de Product Designer?
O processo seletivo da empresa foi via um recrutador. Foi uma avaliação de currículo e uma conversa sobre Design com esse recrutador.
Depois, rolou uma outra entrevista com os Designers que avaliaram meu portfólio, viram que eu tinha capacidade, que as coisas tinham pé e cabeça e me contrataram.
Conte sobre o desenvolvimento de UX no seu trabalho
A atual empresa que trabalho tem um departamento de UX maduro e também tem um time de UI focado em estética, componentes e design system. Além desses times, tem um só de research, e outras área.
A empresa tem um produto que é uma plataforma de desenvolvimento low-code, que capta desenvolvedores e faz com que a experiência deles com o produto seja mais rápida.
Por exemplo: dentro da plataforma, o que um usuário faria em 3 meses utilizando uma outra plataforma comum, ele faz em 3 semanas com o projeto que desenvolvemos. Uma vez que este produto é comprado, cabe a toda a equipe pensar em ferramentas para otimizar esta plataforma aos usuários.
Na parte de UX, nosso trabalho é identificar necessidades dos clientes e possíveis perfis de novos clientes e desenvolver soluções e ferramentas que funcionarão dentro desta plataforma.
Então, existe um ambiente, tipo uma Apple Store para comportar as ferramentas que produzimos. As ferramentas ficam disponíveis para o usuário, e ele integra este produto na plataforma principal que ele adquiriu.
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E o que você aprendeu com o mercado de Portugal?
Do que percebo do mercado de trabalho em Portugal é que a mão de obra especializada está indo embora do país porque os portugueses têm facilidade de ir pra outros países próximos, com melhores qualidades de vida.
Então, existe um déficit de determinadas áreas em Portugal, a tecnologia é um deles. E tem muita empresa de consultoria contratando desenvolvedor e Product Designer.
Se você tiver o inglês e a parte de skills que eles precisam, não vai faltar emprego. E a diferença de salário de empresas menores pra empresas internacionais é enorme!
Como o MID te ajudou nesse processo?
Ajudou na ideia de saber o que é uma metodologia e saber que ela é adaptável aos projetos, ou seja: cada caso é um caso.
Conversar com a galera e com os mentores nos projetos, também me fez perceber que muitas vezes você vai ter que cortar 70% da sua metodologia porque não há tempo, verba ou algo do tipo.
E tem ainda aquela metodologia que você vai correr, fazer e fazer de novo e correr atrás da informação. Então, essa maturidade de saber ser flexível com os projetos, me ajudou bastante.
Outro ponto que a Aela me auxiliou foi nas respostas nos processos seletivos! Em Portugal, eu participei de dois processos seletivos, e por causa do MID tive um nível de maturidade para saber como agir em cada passo do projeto.
Os recrutadores perguntavam, em relação aos projetos do meu portfólio, como dividi meu tempo e porque segui este caminho e eu sabia encontrar uma solução.
90% das respostas eram baseadas em processos de UX: de pesquisa, de quais dados eu tenho, quais decisões eu tomei no que era real e no que era uma hipótese. Esses foram todos conhecimentos que conquistei na Aela.
No meu portfólio, inclusive, eu tenho dois projetos que desenvolvi no curso bootcamp MID e um projeto real de consultoria que me auxiliaram bastante nesse momento de aplicar para vagas para Product Designer.
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O que você diria para o Rodrigo antes de se tornar Product Designer?
Não tenha medo do mercado internacional, vá!
Às vezes, a gente acha que não vai dar conta por achar que é um mercado que vai engolir você e não é. São apenas clientes com verbas e contextos diferentes.
Então, se você tiver a coragem de encarar um projeto grande, encare!
Qual a dica de ouro que você daria pra quem quer ir pra Portugal?
Primeiro: organize-se, seja financeiramente ou na documentação. Tem muita vaga, muita oportunidade!
Organize também seu portfólio para adaptá-lo para as vagas que você quer e se alinhe com a galera que está encarando o mesmo objetivo que o seu, até mesmo pra criar repertório de projetos.
A gente aprende com repertório e você consegue construir um repertório mais amplo com exemplo dos outros. Isso vai tornar você um designer melhor, muito mais rápido!
Portugal é um bom primeiro passo pra entender como é essa vida fora da zona de conforto e em outro país!