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Carreira

UX Design: Como Atuar Internacionalmente?

por
Felipe Guimaraes e Equipe Aela
5/6/2023
4
minutos de leitura
Índice de conteúdos

Trabalhar internacionalmente com UX Design é o desejo de muitos profissionais da área, que chegam até a definir a mudança de país como uma meta de carreira. Outras, sonham em atuar com clientes estrangeiros de maneira remota.

Essa decisão parece ótima, não é? Porém é preciso ter preparo e seguir uma série de cuidados que vão nos ajudar a alcançar esse objetivo.

Neste artigo, vamos apresentar algumas dicas para você que deseja trabalhar internacionalmente com UX Design, mas não sabe por onde começar. Nós vamos te mostrar o caminho, vem com a gente!

Estude Inglês

É quase impossível atuar no mercado estrangeiro sem o inglês. Ainda mais falando em UX Design, onde você provavelmente vai precisar conversar com várias pessoas de todos os lugares do mundo.

A primeira dica é: prepare seu inglês! Pelo menos para não ter muita dificuldade quando estiver em solo estrangeiro. Se você já pensa em trabalhar internacionalmente daqui 1 ou 1 ano e meio, a primeira coisa que deve fazer é aprimorar seu inglês.

Para isso, existem muitas de formas de fazer, entre elas estão os cursos tradicionais que vão demorar mais tempo de aprendizado, ou contratar um professor particular que vai focar no que você realmente vai precisar.

O bom de um professor é que ele pode focar na conversação, e isso pode ser muito bom para você.  

Além disso, você pode estudar o idioma na rotina do seu dia a dia. Você pode entrar em aplicativos de bate papo, assistir filmes e séries com legendas e tentar falar em inglês durante alguns horários do seu dia. Isso vai ajudar muito.

Olha só o que o Felipe Melo fala sobre o inglês em uma carreira internacional:

Como eu posso fazer minha vida internacional? Comece garantindo que seu inglês é bom o suficiente para se comunicar no sentido de entender outras pessoas e se fazer entendido. Pode ser assustador quando você tenta se comunicar com americanos, mas depois que percebe que vai trabalhar com pessoas de várias nacionalidades, que não têm o inglês perfeito, você começa a se julgar menos.

Portanto, comece a estudar o idioma o quanto antes. Lembre-se que o primeiro passo é a comunicação. Se você conseguir entender as outras pessoas, e vice-versa, a primeira meta foi atingida.

Dica de Vídeo: Mudando de País e Migrando para UX Design – Entrevista Stefanía Scotti

Remova a barreira do "internacional"

Não é raro ouvir as pessoas dizendo que querem se internacionalizar.

Ou seja, trabalhar em outro país, ou trabalhar remotamente para clientes de outras nacionalidades.

O brasileiro criou esse termo — internacionalizar — se referindo a uma transformação de vida, o que pode até ser verdade, mas isso também pode gerar medo.

Esse medo é por conta do nosso pensamento. Achamos que morar, trabalhar e viver fora do Brasil seja algo muito complexo, quase impossível, e que apenas poucas pessoas consigam fazer isso.

No entanto, isso não é verdade. Morar fora do Brasil precisa sim de planejamento e muitas vezes há bastante burocracia e alguns processos mais complicados. Mas esse movimento não é exclusivo de algumas pessoas.

Quando quebramos essa barreira de pensamento, percebemos que o mundo é grande o bastante para todo mundo e que podemos ter essa liberdade de ir e vir para qualquer lugar que desejarmos. Desde que haja planejamento e claro, que haja certo domínio do inglês.

Veja o que o Felipe diz sobre isso:

Eu comecei a perceber que isso é um grande erro para todo brasileiro que já conheci, e eu me incluo. Enquanto a gente não tiver chance de morar em Marte, o planeta é um só. A partir do momento que tiramos o termo internacional da cabeça, muda um pouco. Eu não vejo americanos dizendo que vão trabalhar internacionalmente. Só quem eu conheço que fala do trabalho internacional, é o brasileiro. Quando você fala inglês e remove essa barreira, parece que tudo fica mais simples.

Supere o medo de trabalhar fora do Brasil

A carreira de UX Design cresceu muito e isso faz com que as oportunidades de trabalho nos outros países sejam grandes. Se você já tem uma experiência em UX Design aqui no Brasil, mas ainda não sabe qual decisão tomar, pense novamente. Existem vários pontos positivos que podem mudar sua opinião, como:

  • Conversão do salário;
  • Maturidade das empresas;
  • Networking;
  • Cultura de trabalho.

Quando conseguimos uma vaga de uma empresa em outro país, provavelmente vamos ganhar mais do que ganhamos atuando no Brasil. Isso porque a conversão da moeda vai fazer diferença, é um dos pontos mais positivos que temos quando trabalhamos no exterior.

Então você pode trabalhar em outra empresa fazendo coisas parecidas que fazia aqui no Brasil, porém ganhando 2 ou 3 vezes mais. E não se engane, os gestores vão te pagar um salário referente ao seu nível de maturidade e experiência.

Maturidade das Empresas

Outro ponto que podemos falar é sobre a maturidade dessas empresas. Você pode atuar em uma organização que talvez tenha uma carga horária reduzida, com um tempo de descanso maior e mais flexível nas entregas, algo que ainda pode ser difícil aqui no Brasil.

Essas questões estão cada vez mais comuns em outros países, e não vão atrapalhar sua produtividade, pelo contrário, vão te dar mais motivação para fazer seu trabalho.

O networking também é importante, pois quando atuamos em outro país, podemos conhecer pessoas que tem culturas diferentes e podemos fazer grandes conexões que vão nos ajudar no futuro.

Felipe fala sobre o comportamento das empresas:

A gente sabe os desafios que temos no país. Já passei por agências em que se você trabalhar 8 horas e levantar da sua mesa, te olham torto. Enquanto isso na Holanda, já soube de amigos que 15h30 da tarde iam andar pela cidade comprar roupa porque estavam tranquilos no trabalho e as entregas estavam sendo feitas.

Felipe diz que a cultura das empresas fora do Brasil é diferente, mas nem por isso os funcionários perdem a produtividade ou deixam de entregar seus projetos. Essas organizações sabem explorar aquilo que vai ser bom para seus empregados.

Dica de Leitura: Migrar para UX Design: 10 Passos Iniciais

Monte um plano

Planejamento é a coisa mais importante quando pensamos em mudar de país. Por isso precisamos colocar todas as informações e pesquisas em um papel e começar a pensar quando vamos agir.

Saber qual caminho seguir, trabalhando localmente em outro país ou trabalhando remotamente, é muito importante.

Um plano de migração deve conter:

  • Estudo sobre o país;
  • Portfólio atualizado;
  • Currículo atualizado;
  • Inglês fluente;
  • Visto correto.

O seu plano também deve considerar sua necessidade financeira no momento. É necessário que você tenha uma reserva de dinheiro para sobreviver por algum tempo no novo país.

A empresa que fizer sua contratação precisa deixar claro se vai te ajudar com algum dinheiro no início, considerando sua moradia. Tudo isso precisa ser planejado pela organização para que imprevistos não aconteçam.

Não pense que trabalhar com UX Design internacionalmente será a mesma coisa que trabalhar no Brasil. Cada país terá uma cultura de trabalho diferente. Os funcionários também podem ter hábitos diferentes dos seus e isso precisa ser respeitado.

Quando seu plano estiver finalizado e a sua chance chegar, coloque ele em prática para que sua migração seja um sucesso.

Dica de Leitura: 27 Ferramentas de UX/UI Design para Você Conhecer em 2023

Adapte/Monte seu Portfólio

Organizar seu portfólio para empresas do exterior será de grande importância. Ajuste os projetos que você já tem, adapte-os para o inglês e esteja preparado para apresentá-los em inglês também.

Lembre-se, ele será sua carta de apresentação aos recrutadores, por isso de o seu melhor quando estiver estruturando sua informações e projetos. Vários alunos utilizaram seus projetos criados no MID (Master Interface Design) para compor o portólio.

Deixe claro quais são as suas habilidades e também seus pontos fracos, seja transparente naquilo que for passar para as pessoas. Talvez a primeira vaga de emprego internacional não seja da maneira que você imagina, mas seja flexível consigo.

Saiba se vender, imagine que você é um produto e precisa que os recrutadores te comprem, conte a sua história, mas crie essa necessidade neles para te contratarem. Tudo vai fazer parte de um processo, então se você entender isso, as coisas vão dar certo.

Dica de Vídeo: DROPS: Qual Sua Estratégia de Portfólio?

Estude sobre o país que pretende ir

Se você já tem na cabeça o país que vai trabalhar com UX Design no futuro, é necessário que saiba um pouco sobre ele.

As pessoas que nunca saíram do Brasil para trabalhar fora podem ter uma visão diferente de como é a vida em outro lugar. Veja artigos sobre o país, assista vídeos e procure o máximo de informações que conseguir.

Se essa migração acontecer, você precisa estar por dentro de algumas informações básicas sobre o país, entre elas:

  • Economia;
  • Qualidade de vida;
  • Moradia.

Na teoria, esses pontos parecem ser simples, mas na prática não. No momento em que fizermos essa migração, podemos bater de cara com uma realidade bem diferente daquela que estávamos acostumados no Brasil.

Então o que podemos fazer? Podemos estudar o país, ver como a economia gira e pesquisar os custos de vida que vamos ter. Precisamos saber de tudo que vai acontecer durante o tempo que estivermos lá.

Isso não quer dizer que não vamos fazer a migração, mas sim que vamos organizar nossas finanças e ideias sabendo a forma que o país funciona.

Entender a economia vai te ajudar a ficar por dentro de tudo que está acontecendo no país no momento, incluindo os impostos e sua qualidade de vida.

Faça uma pergunta a si mesmo: o dinheiro que vou receber vai conseguir me sustentar, ou sustentar minha família aqui fora?

Por mais que a moeda seja outra, lembre-se que você não estará mais em território brasileiro e precisará comprar suas coisas com a moeda local, por isso é importante saber um pouco sobre o país que vai trabalhar no futuro.

Dica de Leitura: Como Conseguir uma Carreira em UX Design: Insights do UX Careers Report-Pt1

Verifique o visto necessário

Quando fazemos a migração, temos que levar em conta o visto que vamos utilizar. Se a viagem for feita para um país onde iremos ficar por um bom tempo, geralmente o visto necessário será o de trabalho.

Mas se formos trabalhar remotamente e queremos ter a mobilidade de viajar pelos lugares, vamos ter que verificar qual visto vai ser melhor nesse caso. Isso vai depender da necessidade que temos no momento.

Fazer consultoria do visto também é uma ótima forma de ter garantia do visto para o trabalho que você vai realizar no país. Não vai ser muito barato realizar esse acompanhamento, mas sem ele, as chances de erro são maiores.

O termo popularizado para as pessoas que gostam dessa mobilidade de trabalho remoto, é “nômade digital”. Para exercer esse estilo de vida, devemos pesquisar se cumprimos os pré-requisitos para conseguirmos esse visto e não ficarmos a mercê apenas de um país.

Muitas empresas podem não aceitar essa mobilidade de explorar os países para trabalhar de qualquer lugar, depende da política da organização. Se você vai para outro continente com a intenção de explorar todos os lugares, é bom começar a pesquisar o visto necessário para isso.

Felipe comenta sobre os vistos:

Existem vários países da Europa e Ásia, que o visto é de Business. Agora tem os vistos de nômade digital, alguns são melhores que outros. Se a pessoa já sabe que quer fazer isso, é preciso verificar qual visto é viável e essa pessoa precisa cumprir os checklists.
Dica de Leitura: UX Design: O Que é e Como Atuar na Área?

Trabalho remoto internacional

Trabalhar remotamente também é uma maneira de você atuar internacionalmente, a diferença é que você não vai sair do país. Várias pessoas escolhem permanecer no Brasil e atuam para clientes estrangeiros, isso também é muito bom.

O trabalho remoto também vai exigir de você uma fluência no inglês, as mesmas certificações e estudos de alguém que está fora do Brasil, então será uma escolha. Existem pessoas que preferem permanecer aqui por vários motivos. São eles:

  1. Salário: a partir do momento que você estiver trabalhando remotamente para outro país, mesmo fazendo os serviços parecidos de alguém que está no Brasil, seu salário será multiplicado pela conversão da moeda, isso é um ponto bem positivo.
  2. Moradia: você pode permanecer junto dos seus pais morando na mesma cidade sem precisar se deslocar para nenhum lugar.
  3. Vida social: sua vida não vai mudar, então não vai precisar se afastar dos seus amigos e das coisas que faz.

Esses três pontos fazem algumas pessoas escolherem permanecer no Brasil. Porém, também vão existir outras coisas que precisamos nos preocupar:

  1. Estudos: invista um pouco do dinheiro que receber para continuar estudando e não se acomode só porque está ganhando um bom dinheiro.
  2. Desenvolvimento: sua gestão de carreira fica um pouco por sua conta, por isso você não pode parar de se desenvolver como um profissional.

Felipe fala sobre o trabalho remoto internacional:

Saiba que a partir do momento em que você está trabalhando remoto, querendo ou não, estará assumindo que é uma espécie de empreendedor e que vai cuidar da sua carreira. Você vai estar saindo da bolha brasileira e da CLT. Se vai por esse caminho, isso quer dizer que potencialmente vai ganhar bem, mas você vai ter que saber guardar dinheiro e começar a entender de educação financeira. Se a pessoa quer o internacional remoto, eu apoio, às vezes o salário é triplicado só pelo fato de trabalhar para fora.
Dica de Leitura: Trabalho Remoto: Quais as Perspectivas Durante e Pós-Pandemia?

Identificar suas necessidades

Antes de você decidir fazer a migração, é necessário conhecer as suas necessidades. Suas características vão definir qual caminho vai tomar e se esse caminho vai ser bom para você.

Então se o seu sonho é trabalhar fora do país, mas não consegue ficar longe da sua família por muito tempo, é melhor repensar sua decisão.

Em muitos casos, as pessoas vão apenas acompanhadas dos seus parceiros ou até mesmo sozinhas e ficam no país alguns anos levando a vida dessa forma.

É muito difícil dizer que nós somos adaptáveis a qualquer lugar sem antes ter tido a oportunidade de fazer isso, então pode ser que você descubra essa necessidade no momento em que estiver em outro país e cair na real.

Essa escolha também vai dizer muito sobre o quanto você quer isso para sua vida, se esse é o seu maior sonho como profissional.

Pode ser que em algum momento, o arrependimento chegue ou você não aguente ficar longe dos seus pais ou amigos, mas talvez você só vai saber disso se realmente fizer essa escolha.

Escolha o que for melhor para você

Escolha aquilo que faça mais sentido para você e que se encaixe no seu perfil. Por isso recomendamos muito o trabalho remoto, pois você não vai precisar ficar longe das pessoas que ama e ainda sim vai trabalhar para uma empresa de outro país, são escolhas.

Como falamos, realizar um estudo sobre o país em que a migração será feita vai ser fundamental para você conhecer as características do lugar, o clima, as pessoas e a cultura.

Felipe conta sua experiência internacional:

Eu já tinha muito certo para mim o quanto queria morar fora do Brasil. Depois a minha esposa também e hoje a gente quer nossa família assim. Eu identifiquei a minha necessidade e fui mudando, para mim tudo é experiência. Cada um tem que identificar e saber, é um grande erro a pessoa achar que serão só flores. Para algumas pessoas não vai dar.

Existem pessoas que gostam de ter mobilidade para trabalhar em qualquer lugar do mundo, ou seja, essas pessoas trabalham remotamente e estão sempre em um país, ou Estado diferente aproveitando a vida.

É uma boa maneira de trabalhar porque é possível conhecer novos lugares.

Veja como existem muitas formas de trabalhar internacionalmente, você só precisa escolher a forma que vai combinar com o seu perfil.

Dica de Leitura: 9 Soft Skills Para Designers: Como Se Destacar Na Profissão

Quais dificuldades vou enfrentar?

A dificuldade inicial pode ser da nossa cabeça, muitas vezes por acharmos que não vamos conseguir trabalhar com UX Design em outro país porque estando no Brasil, as coisas serão mais simples. Temos o sentimento de pensar como as outras pessoas vão nos enxergar.

O inglês é uma barreira do medo, achamos que não estamos bem o suficiente para falar e pensamos que as outras pessoas acham a mesma coisa. Mas não é bem assim, em muitos casos como o próprio Felipe fala, estamos com um inglês bom, mas ainda temos medo do que as pessoas vão pensar.

Em algum momento alguém pode te dar um feedback sobre seu inglês e isso pode ser ruim. O importante é saber enxergar a realidade que você está no momento e ficar calmo. O grande desafio vai ser passar por essas dificuldades ao longo do tempo, não existe nenhuma fórmula.

Culturalmente falando, cada país vai ter um grupo de pessoas que tem uma forma de trabalhar e de se comunicar diferente da forma que temos aqui no Brasil. Provavelmente você vai precisar se adaptar e respeitar a forma como a empresa e as pessoas trabalham.

O maior desafio é não desistir do seu objetivo, é continuar estudando o inglês e melhorando sua conversação diariamente, isso pode te dar mais segurança no futuro.

Felipe complementa:

A gente tem que se respeitar. Se estamos falando um segundo idioma, já é muita coisa. Agora do lado cultural, cada grupo de cada país tem questões culturais diferentes.

Esperamos que você tenha entendido quais são os pontos principais para realizar essa migração em UX Design e conseguir atuar internacionalmente para a empresa dos seus sonhos. No final vai valer a pena, não desista, estamos contigo.

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