Dentro de UX Design é possível atuar em diversas áreas: Research, UX Writing, UX/UI, Usability Analyst, etc.
Cada uma dessas áreas exige certas competências específicas.
Mas existe certo profissional que engloba uma série de competências e consegue conversar e atuar em diversas áreas do UX Design. Esse profissional é o Product Designer.
Continue neste artigo e entenda quais são as responsabilidades do Product Designer e quais as 5 competências necessárias para você atuar na profissão!
O que faz um Product Designer?
O Product Designer é o profissional responsável pelo design de produtos digitais (softwares e aplicativos, nativos ou web), partindo do entendimento e identificação de um problema ou necessidade real até o desenvolvimento de soluções que englobam UX (Experiência do Usuário) e UI (Interface do Usuário).
Dessa forma, ele sempre estará envolvido em todas as fases do projeto, trabalhando com times de várias áreas, como desenvolvedores, engenheiros de computação, profissionais do marketing, ou qualquer outra área de negócios.
É importante também citar que o Product Designer - por se tratar de um designer trabalhando em produtos - sempre estará envolvido com alguma metodologia relevante, como Product Management, Agile e Lean UX.
Profissional T-Shaped
O Product Designer faz parte de uma categoria de profissionais que adere ao conceito de T-Shaped.
Ao invés de focar apenas em uma etapa, ou se especializar totalmente em um assunto, o profissional T-Shaped é aquele que conhece todos os processos ponta a ponta e sabe atuar e trabalhar em diversas etapas.
Se pensarmos no modelo industrial antigo, o Fordismo, em que o funcionário que fabricava as rodas só sabia fazer aquele processo e nada mais, o Product Design é justamente o oposto.
Por conta disso, é que existem competências fundamentais para quem quiser atuar com Product Management e que fazem parte do conceito de profissional T-Shaped.
Dica de Leitura: Product Manager - Negócios, Tecnologia e User Experience
5 competências essenciais do Product Designer
Como mencionado, um Product Designer vai de uma ponta a outra em projetos de produtos digitais.
Nesse sentido, podemos dizer que ele é como um jogador de futebol que, apesar de ter uma posição oficial, troca de camisa na medida que assume uma nova posição e que joga bem em todas elas.
Dessa forma, listamos aqui os 5 principais uniformes/competências essenciais que o Product Designer precisa ter para se dar bem no mercado:
- UX Research;
- Design de Interação;
- Usabilidade;
- Design Visual;
- Prototipagem.
1) UX Research
UX Research é base fundamental do processo de Design Centrado no Usuário, o qual visa identificar e validar as reais necessidades dos usuários, respondendo perguntas como:
- Que problema estamos resolvendo?
- Qual é a melhor maneira de resolver este problema?
- Como podemos saber que fomos bem sucedidos?
Dessa forma, é por meio dessa etapa de pesquisa que o Product Designer consegue:
- Traçar perfis dos usuários;
- Definir as personas para a sua interface;
- Identificar as necessidades e dores do usuário;
- Desenhar ao Jornada do Usuário;
- Entender a relação entre as necessidades do usuário e os objetivos do negócio.
Com essas informações, o Product Designer define um escopo de projeto e explora as soluções para atender às necessidades do usuário.
Tipicamente, as atividades de UX Research envolvem a realização de pesquisa quantitativa. As quais visam medir números, tais como: questionários, análise de métricas e dados, entre outros. Além também de envolver atividades de pesquisa qualitativa, cujo objetivo é entender o que está por trás destes números, como: entrevistas, pesquisas de campo, técnicas de observação dos usuários, entre inúmeras outras.
Além disso, é essencial que o Product Designer entenda sobre as técnicas dos dois tipos de pesquisa: Qualitativa e Quantitativa. Nesse sentido, ele consegue preparar, aplicar e analisar os resultados obtidos por meio desses estudos.
Um último detalhe importante é que as atividades de pesquisa estão presentes durante todo o ciclo de desenvolvimento de um produto, ou seja, o Product Designer deve entender como aplicá-las nos diferentes momentos do projeto.
Dica de Leitura: 10 Dicas Para Preparar e Conduzir Com Eficiência Seu Teste de Usabilidade
2) Design de Interação
Nessa competência, o Product Designer mergulha nas minúcias e detalhes de como o usuário vai interagir com a interface, garantindo interações fáceis e intuitivas, com o menor nível de complexidade possível.
O Design de Interação compreende as ações do usuário sobre um sistema ou aplicativo, visando alinhar os modelos mentais em uma interface, da seguinte forma:
- Modelo de design: o conceito que o designer tem para a interação;
- Modelo do utilizador / usuário: o conceito que o usuário tem sobre a operação do sistema;
- Imagem do sistema: a aparência do sistema para sua utilização, com manuais ou instruções fornecidas pelo sistema.
Dessa forma, o objetivo do Design de Interação é aproximar ao máximo os modelo de design e o modelo de usuário, para que a imagem do sistema seja consistente. E, então, o usuário consiga interagir com a máquina.
Assim, entregas típicas do design de interação incluem especificações, wireframes, cenários de uso, protótipos, design visual e animações.
Nesse sentido, o Product Designer precisa ser capaz de fazer análise das tendências e dos padrões mais recentes de interação. É preciso projetar um design conceitual que de fato faça sentido para aquela persona, traçada durante as fases de pesquisa.
Portanto, percorrendo o processo de desenvolvimento, o Product Designer, quando veste a camisa do Designer de Interação, precisa estar, acima de tudo, atento a padrões de comportamento humano, permitindo que usuários alcancem seus objetivos por meio da interação com a interface.
3) Usabilidade
O uniforme aqui é a Usabilidade.
Usabilidade é o termo que define com qual nível de facilidade um usuário consegue realizar o objetivo dele, uma tarefa final, dentro da interface.
Se dentro de um aplicativo de delivery, o usuário consegue pedir sua refeição com eficiência e rapidez, isso corresponde a uma boa usabilidade da plataforma.
Assim, quando o Product Designer veste essa camisa, ele tem o objetivo de defender os usuários contra qualquer dificuldade que eles possam ter ao interagir com o produto.
Essa prática está muito ligada ao Design de Interação porque é um componente fundamental que diferencia o Design Visual tradicional de um Design centrado no usuário. Já que qualquer dispositivo, físico ou digital, se for difícil ou confuso de usar, vai gerar insatisfação independente de quão bonito ou inovador seja.
Portanto, a preocupação que o Product Designer nessa posição é incorporar, com empatia, a mentalidade do usuário, e validar, com testes de usabilidade, se tudo está funcionando bem. Esses testes darão as respostas que o time precisa para seguir ou voltar alguns passos no projeto.
Dica de Leitura: Entrevista com Usuários em UX Design - Saiba Como Preparar e Conduzir
4) Design Visual
O Design Visual comunica muito mais que um branding. Pois, é através dos componentes visuais de uma tela que é exposta a interatividade, arquitetura de informações e fluxos de tarefas.
Dessa forma, o desafio do Product Designer nessa competência é transmitir o real valor que o projeto deseja entregar, através de um bom design. Lembre-se que interfaces bonitas e bem feitas de nada valem se não entregam o que o usuário busca ao interagir com elas.
Em resumo, é preciso que haja o match perfeito entre o que o design de interação especifica com o que o design visual cria. E o responsável por fazer essa ponte e garantir que haja consistência em cada elemento do projeto é o Product Designer.
5) Prototipagem
Quando o Product Designer veste a camisa da prototipagem, ele tem o objetivo de aliviar as incertezas de forma rápida, sem muitos custos ou esforços.
Um protótipo, em UX, é uma forma prática de se reproduzir o produto, com o intuito de testar as hipóteses e soluções ao usuário.
Nesse sentido, protótipos podem ser telas com regiões clicáveis, animações, desenhos ou até mesmo simulações teatrais. Tudo vai depender do nível de fidelidade do protótipo, do seu objetivo e da solução a ser testada.
O princípio base é produzir algo que pareça real para um usuário diante de um teste ou pesquisa, mas feito com o mínimo de esforço possível.
Dessa forma, vestindo a camisa da prototipagem, o Product Designer estabelece o foco em explorar ideias de formas mais interativas, na tentativa de obter respostas ou comunicar funcionalidades para usuários (em testes) ou desenvolvedores.
Por isso, prototipagem e testes de usabilidade formam um combo perfeito para refinar o desenvolvimento dos produtos digitais.
Dica de Leitura: Protótipos - O Que Você Precisa Saber Para Seus Projetos de UX/UI
Por que essas competências são importantes?
A principal função de um Product Designer é acompanhar o desenvolvimento de um produto, de ponta a ponta, sabendo o que acontece no início, no meio e no fim, e alinhar o produto aos objetivos do negócio.
Sendo assim, esse profissional precisa entender de cada parte do desenvolvimento. Sim, ele poderá ter mais afinidade com uma ou com outra competência, e esta é a essência de um perfil T-Shaped.
Assim, dependendo da empresa e do projeto, um Product Designer poderá focar mais em uma competência do que em outra. Mas, apesar disso, ele ainda sim precisará fluir nas demais competências.
Portanto, se você deseja atuar como Product Designer ou se já atua na área e quer se desenvolver ainda mais na carreira, é interessante que você analisar em qual(is) dessas competências você precisa melhorar, identificando seus pontos fortes e seus pontos fracos.
Por que o mercado busca Products Designers?
Temos visto que a grande busca no mercado hoje por Product Designers, profissionais multidisciplinares, no modelo T-Shaped.
Segundo Felipe Melo, fundador e Mentor Aela:
O mercado hoje procura um profissional que faça UX e UI, indo de ponta a ponta no processo. E que, conforme a necessidade de cada empresa, se aprofunde em uma ou outra área.
Em algumas empresas, esses profissionais já estão sendo chamados de Full Stack UX. Ou seja, fazem tanto pesquisas, protótipos, motions, etc.
Assim, T-Shaped é uma modalidade interessante para o mercado de UX e para os profissionais dessa área. Para o mercado, já que este dispõe de um maior número de possibilidades em um único profissional. E para os profissionais, pois há um mercado recheado de oportunidades variadas.
Um pouco sobre o mercado atual para o Product Designer
A InVision é uma empresa que oferta uma das mais conhecidas ferramentas de prototipagem do mundo. Ela realizou ano passado uma pesquisa global. Nela, foi avaliado o que o mercado mais procura em um Product Designer.
Foram avaliadas mais de 1600 pessoas, entre: Product Designers e gestores responsáveis pela contratação desses profissionais. Eles responderam a perguntas diversas. Dentre elas, quais são as principais habilidades que esse tipo de Designer precisa ter para se destacar no mercado.
Segundo esse relatório:
98% dos gerentes e responsáveis pelas contratações buscam por candidatos com habilidades sociais. Elas incluem colaboração, trabalho em equipe, comunicação e empatia.
Além disso, outros conhecimentos também foram considerados relevantes: 74% dos entrevistados consideram importante conhecimentos sobre gestão.
O mercado para o Product Designer encontra-se em ascensão no momento. As oportunidades surgem praticamente todos os dias e em grandes empresas, no Brasil e também em outros países.
Esperamos que esse artigo te ajude a identificar quais as competências essenciais que você precisa desenvolver para conseguir uma oportunidade ou se destacar no mercado como Product Designer.