O mundo é visual. Principalmente numa era digital, tecnológica e mergulhada na internet. As imagens estão espalhadas por todo o canto, mas será que todas elas são iguais? Existem formatos diferentes para imagem digital?
Dependendo da sua estratégia, cada tipo e formato de imagem pode atender de maneiras diferentes o seu objetivo.
Neste artigo, abordaremos os principais formatos de imagem digital que encontramos por aí. Detalhamos quais as particularidades de cada um e como eles podem ser usados.
Tipos de imagem
Antes de detalharmos os diferentes formatos de imagem, é importante explicar alguns conceitos preliminares, como os tipos de imagem.
Basicamente, existem 2 tipos de imagem digital: Bitmap e Vetorial.
Imagem Bitmap
Bitmap é um tipo de imagem bastante comum no digital e a sua tradução significa, literalmente, mapa de bits.
Isso quer dizer que o Bitmap é composto por pixels, um conjunto de pontos que possuem uma informação de cor. Os agrupamentos de pixel, por sua vez, fazem com que nossos olhos consigam identificar os elementos e a imagem como um todo.
Para medir a qualidade e resolução de uma imagem Bitmap existe uma métrica chamada DPI — Dots Per Inch — que mede a quantidade de pixels por polegada.
Quanto maior o DPI mais nítida a imagem, quanto menor o DPI menos nítida é a imagem. Por exemplo, uma imagem a 200 DPI possui 200 pixels por polegada que compõem uma imagem mais nítida do que uma de 100 DPI.
Uma das desvantagens do Bitmap é o redimensionamento da imagem. Aumentar ou reduzir uma imagem Bitmap faz com que pixels sejam eliminados ou interpolados. Em ambos os casos há uma perda na qualidade da imagem.
Imagem Vetorial
Outro tipo comum de imagem digital é a vetorial.
Ainda que a imagem vetorial também traga informações de cor, como nos Bitmaps, a diferença é que ela carrega informações adicionais, como linhas e curvas.
Essas informações adicionais são determinadas e representadas por fórmulas matemáticas. Dessa forma, quando redimensionamos uma imagem vetorial, todos os seus elementos aumentam ou diminuem proporcionalmente, não afetando a qualidade da imagem.
Por possuir essa flexibilidade de redimensionamento e a possibilidade de carregar diversas informações por meio de fórmulas matemáticas, as imagens vetoriais são muito utilizadas para trabalhos em design, como criação de identidade visual, por exemplo.
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Taxa de compressão de imagem digital
Outro conceito importante para entender os formatos de imagem digital é a taxa de compressão.
Compressão é um processo feito por um programa de computador que diminui o tamanho de ima imagem digital.
De maneira geral, existem duas técnicas para compressão de imagens:
- Com perda de dados;
- Sem perda de dados.
Comprimir uma imagem com perda de dados significa que a qualidade também será afetada. Quanto menos dados, menos resolução e nitidez.
Na mesma linha, uma compressão de imagem sem perda de dados significa uma manutenção da qualidade e da resolução.
A compressão está associada aos formatos de imagem digital. Cada formato é o resultado de um tipo de compressão de imagem.
A partir disso, a taxa de compressão é o resultado da razão entre o tamanho final e o tamanho inicial de uma imagem. Nesse sentido, quanto menor a imagem, maior a taxa de compressão.
Formatos de imagem digital
Existem diversos tipos de formatos de imagem digital, cada um com sua particularidade e indicação de uso.
Nossa lista aborda os principais formatos e isso não quer dizer que esses sejam os únicos, mas os mais comuns.
JPEG/JPG
O JPEG, ou JPG, é um dos formatos de imagem mais conhecidos pela maioria das pessoas.
Quem já salvou ou postou uma imagem na internet já deve ter trombado com esse acrônimo que significa Joint Photographic Experts Group.
O motivo pelo qual o JPEG se tornou bastante popular é pela sua taxa de compressão bastante ajustável e flexível. Isso faz com que as imagens consigam ser bastante comprimidas, diminuindo consideravelmente o seu tamanho.
Uma imagem em Full HD, por exemplo, se convertida para JPEG pode ficar com apenas 100kb de tamanho final.
É claro que essa alta versatilidade de compressão paga um preço alto em relação à qualidade da imagem. Se por um lado o JPEG permite uma imagem digital bem leve, por outro, a qualidade e nitidez ficam prejudicadas.
Por conta disso, o uso do JPEG é mais indicado para fotos e imagens para internet. Quando o assunto é imagem gráfica, como logos e ilustrações, a baixa qualidade dos JPEGs fica bem mais evidente.
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GIF
Outro tipo de formato de imagem digital muito comum é o GIF (Graphic Interchange Format) e, assim como o JPEG, é bastante popular na internet.
O GIF foi inventado pela empresa CompuServe, em 1987, e foi o primeiro formato que possuía alta taxa de conversão. Naquela época, o objetivo do GIF era ser um formato leve e de rápido carregamento, sendo possível utilizá-lo nas antigas conexões de internet discada.
Para isso, o GIF possuía uma limitação de 256 cores, o que fazia com que imagens complexas e com muitos detalhes ficassem com uma qualidade muito baixa.
Apesar disso, o GIF tinha dois atrativos muito interessantes:
- A possibilidade de ter imagens com fundo transparente;
- Criar pequenas animações de até 15 frames por segundo.
Hoje, o GIF é muito associado às animações engraçadas que encontramos nas redes sociais. O GIF estático se tornou muito antigo por conta da baixa qualidade de resolução.
PNG
Muitas pessoas podem considerar o PNG como uma versão 2.0 do GIF. Isso acontece porque o algoritmo responsável pela compactação do GIF foi patenteado em 1995. Por conta disso, a Adobe resolveu investir em um novo formato para substituir e melhorar o antigo GIF.
Foi assim que surgiu o Portable Network Graphics, o PNG, um formato de imagem digital muito conhecido.
As melhorias feitas em relação ao GIF garantiram a sua popularidade:
- Possui uma variação de cores muito maior do que a do GIF;
- Também é possível deixar o fundo da imagem transparente (canal alpha);
- Seu algoritmo de compactação é mais eficiente, garantindo maior qualidade.
Com relação a sua capacidade de compactação, o PNG pode se assemelhar ao conceito do JPEG, em que a compressão é utilizada para diminuir o tamanhos dos arquivos.
No entanto, diferente do JPEG, a perda de qualidade em arquivos PNG não é tão acentuada e com isso não é possível deixar os arquivos tão leves quanto o primeiro formato.
Devido a essa maior versatilidade entre qualidade e compressão, os arquivos PNG são muito utilizados em estratégias digitais e até mesmo em arquivos gráficos, como logos e ilustrações.
Um bom exemplo utilizado em estratégias de performance, é misturar tanto arquivos JPEG e PNG em sites, deixando-os mais leves e rápidos.
Talvez a única desvantagem em relação ao GIF é que o PNG não permite animações. Mas com certeza esse detalhe não interfere na sua utilização e na sua eficiência. Além disso, as animações em GIF são rápidas justamente porque a sua qualidade é inferior.
BMP
BMP é a sigla para Bitmap, o formato do tipo de imagem digital que comentamos logo no início desse texto.
O Bitmap é um formato que surgiu junto com o sistema operacional Windows e tem capacidade para uma variação de mais de 16 milhões de cores (24 bits).
O grande problema do formato BMP é a sua baixa capacidade de compressão. Os arquivos de imagem são muito pesados, e acabam não sendo indicados para o meio digital ou internet.
A vantagem do bitmap é que ele mantém todos os detalhes do arquivo original e é livre de patentes.
PSD
O formato de imagem digital PSD corresponde a extensão de arquivos criada a partir do Adobe Photoshop. Nesse sentido, designers em geral estão familiarizados com esse tipo de formato.
O PSD consegue suportar diversas ferramentas avançadas de edição e mantém a estrutura original da imagem.
Após trabalhar com o formato PSD para editar as imagens, elas são convertidas para formatos mais acessíveis e compatíveis como JPEG, PNG ou outros.
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TIFF
O formato TIFF é considerado por muitas pessoas como o melhor formato para imagens de alta qualidade.
O Tagged Imagem File Format (TIFF) foi criado pela Adobe e é muito indicado para trabalhar com softwares de edição e para a impressão offline.
Por ser um formato que permite edições, alta qualidade e resolução, o TIFF não permite compressões. Dessa forma, os arquivos se tornam muito mais pesados.
O PDF (Portable Document Format) é outro formato criado pela Adobe e possui muita versatilidade, podendo ser usado para armazenar imagens, textos, vetores e etc.
Com certeza você já deve ter utilizado ou aberto um arquivo em PDF. Sua grande vantagem são as configurações que permitem quem pode ou não editar um arquivo.
Por conta disso, seu uso é bastante recomendado quando enviar imagens ou documentos importantes, como contratos, manual de identidade da marca ou versões finais de ilustrações.
SVG
O SVG (Scalable Vector Graphics) é um formato de imagem digital vetorial e não possui vínculo com nenhuma empresa.
Esse formato pode ser reconhecido pela maioria dos navegadores, sendo possível a sua utilização em sites, blogs ou outra plataforma online. Além disso, é possível animar imagens SVG através de programação HTML 5.0.
RAW
O RAW é um formato utilizado por câmeras digitais em que as imagens não possuem nenhum tipo de compressão ou tratamento.
Por esse motivo, o RAW mantém todos os dados de captura da imagem intactos, podendo ser editada por profissionais em softwares específicos.
Por conta disso, os arquivos RAW são muito grandes e pesados, não sendo utilizados como versões finais para estratégias digitais.
WEBP
O WEBP é um formato criado pelo Google com o objetivo de otimizar a compressão de arquivos sem haver muita perda na qualidade e na resolução.
A ideia é juntar o melhor de outros formatos, a versatilidade de compressão do JPEG, a qualidade e possibilidade de fundo transparente do PNG e a facilidade de animação, como o GIF.
Nesse sentido, com o WEBP é possível comprimir imagens 30% menores do que um JPEG, sem perder qualidade.
O WEBP foi criado em 2010 e muitos acham que esse é o futuro das imagens digitais. No entanto, ele ainda não superou a popularidade do JPEG.
AVIF
O formato de imagem digital AVIF é bastante recente e vem com uma promessa de ser tão versátil quanto o JPEG, em termos de compressão, mas mantendo muito mais a qualidade e resolução.
A ideia é de que o AVIF consiga trabalhar num tamanho 50% menor do que o JPEG, mas sem que haja perda na qualidade da imagem.
Por ser um formato recente, o AVIF ainda não é muito comum nos buscadores ou na internet como um todo. Mas quem sabe num futuro próximo os programas e navegadores não comecem a dar suporte para esse formato?
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Como escolher os melhores formatos de imagem digital?
Tendo em vista os diferentes formatos de imagem digital e suas particularidades, a escolha do melhor formato está diretamente relacionado com o seu objetivo. Portanto, ao decidir sobre o formato da imagem, pense em questões como:
- Aonde essa imagem será utilizada? Qual plataforma?
- A performance e tamanho são mais importantes do que a qualidade?
- O formato precisa ser universal para ser aberto em diversos programas?
- A imagem precisa ser tratada e editada antes de ser utilizada?
- A imagem vai ser impressa ou permanecerá no ambiente digital?
Todas essas perguntas são importantes e vão te direcionar para a melhor opção de formato de imagem para o seu projeto ou trabalho.
De maneira geral, os melhores formatos para impressão são o TIFF e o PDF. Já para a utilização em mídias sociais, você pode usar o JPEG, GIF ou até mesmo o PNG.
Mas tenha sempre em mente o equilíbrio entre performance, tamanho e qualidade. Cada plataforma e forma de uso pedem um tipo de formato diferente que atenda a essas especificações.