Nesta entrevista, a aluna do Bootcamp MID Ana Magni, fala sobre seu processo de migração para UX Design vindo do Design Gráfico. Além de compartilhar conosco todas as suas experiências e aprendizados durante esse processo.
Ela conta como os exercícios dos primeiros níveis do MID já a ajudaram na formação do seu primeiro portfólio de UX Design. Além disso, ela destaca que sua vontade em aprender fez a diferença para conquistar sua primeira oportunidade como Product Designer, já em uma grande empresa.
Inspire-se com a trajetória de Ana para atingir seu objetivo de atuar na área de UX/UI Design e confira as dicas que ela dá para quem quer migrar também.
Ana, apresente-se para nós
Sou natural de Belo Horizonte, sempre trabalhei por aqui e atualmente tenho 23 anos. Eu me formei em Design Gráfico no começo de 2017. Escolhi a profissão por ter a ilustração como um hobbie e o design era algo relacionado.
Durante a faculdade eu gostava bastante da área gráfica e me identificava com isso. Após esse período, entrei no mercado de trabalho e pude aprender algumas coisas. Porém, com o passar do tempo e com o trabalho do meu dia a dia, não consegui mais me identificar com a área.
Iniciei em Design Gráfico em uma agência e acabei me deparando com várias situações da rotina que me fizeram questionar minha decisão sobre a profissão. Mas mesmo assim, me mantive firme no gráfico.
Como sempre surgiam alguns trabalhos da área gráfica relacionados com a criação de sites e aplicativos, eu acabei descobrindo levemente a área de UX Design. Entretanto, essa mentalidade de Product Design não existia.
Na verdade, eu não conhecia direito essa área e achava que aquilo era apenas uma tarefa que fazia parte do Design Gráfico, mas não, era algo totalmente novo!
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Quando surgiu o interesse por UX Design?
Com o tempo, comecei a pesquisar mais sobre Product Design. Pesquisei a criação de sites e aplicativos. A interface me agradava muito e foram nessas pesquisas que eu descobri que existia outro ramo, com isso fui introduzida a área de UX/UI Design.
Comecei a abrir os olhos e percebi um mundo profissional completamente diferente. Assim, tive a certeza que eu queria migrar para UX. Porém, fiquei um pouco perdida sobre como começar.
Dessa forma, depois de descobrir o UX Design eu pensei e decidi fazer essa migração para UX/UI. Foi ai que eu conheci o Bootcamp MID.
Antes disso, eu havia comprado alguns cursos na Udemy, mas ainda me sentia um pouco perdida. Quando me deparei com o MID eu fui com tudo.
Iniciei o curso, e logo nos primeiros níveis montei alguns projetos que me fizeram chegar mais perto desse mundo do UX e que me abriram as portas para a primeira vaga em UX Design.
Qual a diferença que você encontrou entre o Design Gráfico e UX/UI Design?
Na época em que eu estava na agência como Designer Gráfico, percebi que mesmo as pessoas seguindo o processo normal da empresa, não havia um começo, meio e fim.
Além disso, a demanda desses projetos gráficos não era igual e o briefing também não. Então, a primeira coisa que pensei foi sobre a utilidade de UX/UI Design. Ou seja, no UX o projeto é todo pensado, tendo começo, meio e fim, e o foco é sempre no usuário.
Dessa forma, pude observar que o processo de UX faz toda a diferença no resultado final do projeto e sobre as pessoas. Contudo, as diferenças do processo em si eu só percebi prática, na empresa que atuo hoje, como Product Designer.
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Aonde você trabalha atualmente e qual a sua função?
Eu trabalho na DTI, uma grande empresa de TI aqui de Belo Horizonte. Ela é conhecida por desenvolvimento de software. São 700 funcionários e, dentre eles, existem 60 designers, e eu sou uma delas.
Para mim é um diferencial trabalhar aqui porque atuo com os desenvolvedores. Em agências, eu lidava com designers e diretores de arte. Nessa época, eu criava a interface e passava para alguns desenvolvedores terceirizados que nunca tinha visto. Dessa forma, era difícil haver um diálogo entre designer e desenvolvedores.
Outra diferença que vejo é que sentia solidão no Design gráfico. Já hoje, na empresa que trabalho, me sinto melhor, pois trabalhamos em equipe. Esse foi um diferencial enorme que notei. Ninguém aqui está solitário. Não é apenas uma tarefa individual em que a pressão cai sobre mim, todos os funcionários são uma equipe.
Eu trabalho em um time cuja nomenclatura é Squad. Eu sou Designer de duas equipes do mesmo cliente, mas com projetos diferentes. Um dos projetos é software de gestão de estoque; e o outro é um criador de formulário que gera arquivos para criar aplicativo.
Além disso, é interessante mencionar que um desses Squads é composto por profissionais de diferentes níveis e áreas.
A organização em si tem uma cultura que não é voltada só para o lucro. É importante ter os ritos. Alguns desses ritos são: passar com o seu time todas as tarefas que precisam ser feitas, pontuar os esforços, não ter medo de falar o que não consegue, etc.
O cliente também é muito próximo de nós, está sempre na mesma mesa sentado conversando e isso é muito bacana.
Como foi o processo de admissão para essa vaga?
Eu trabalhava em uma agência que ficava localizada na mesma rua da atual empresa que atuo, a DTI. Então, todos os dias observava os funcionários nas ruas e pensava muito em ir para lá. Na época, eu estava no nível 2 do MID e pensava em terminar o módulo para ter um portfólio interessante.
Dessa forma, não sai atirando para todos os lados e tive paciência.
Então, em um certo momento, eu já havia avançado no módulo 2 e tinha algo para mostrar no meu portfólio. Tentei aplicar para uma vaga que a empresa estava divulgando e enviei meu portfólio para o site deles.
Coincidentemente eu estava mexendo no LinkedIn e já havia adicionado algumas pessoas da empresa. Então, no mesmo momento que enviei meu currículo, uma recrutadora me chamou anunciando uma vaga na empresa. Eu conversei com ela dizendo que tinha interesse. Realizei o teste deles e, após isso, fui chamada para entrevista.
Acabei não passando na entrevista porque alegaram que queriam uma pessoa com mais experiência e com nível pleno. Porém, me disseram que meu teste foi bom.
No mesmo dia, um pouco mais a tarde, uma outra recrutadora me ligou para outra entrevista na mesma empresa, mas para uma outra vaga. E lá fui eu novamente.
Após duas semanas, fiquei sabendo que tinha passado. Ou seja, a primeira recrutadora que tinha me entrevistado me passou para essa outra que me aprovou.
Eles estavam precisando de um funcionário Júnior por ser um Squad que estava começando. Era um projeto que o cliente havia acabado de entrar, então eles me disseram que seria perfeito para o meu caso.
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Como o seu portfólio ajudou na contratação?
Eu estava ainda fazendo o nível 2 do Bootcamp MID e recebendo feedback dos mentores quando realizei a segunda entrevista.
Então, coloquei esse projeto da Wikipedia no meu portfólio como "em progresso", junto com outros dois projetos pessoais que eu tinha. Um desses projetos pessoais é um e-commerce e o outro é sobre um aplicativo de abrigo de animais.
Mesmo que eu não possuísse vários projetos finalizados em meu portfólio, pensei que se eles observassem o processo como um todo, seria positivo.
Quando fui chamada, me disseram que viram meu portfólio incompleto, mas que entenderam que estava em processo. Observaram também que eu estava fazendo um storytelling nos trabalhos.
Como era um teste, eles queriam me conhecer, por isso foi necessário mostrar que eu tinha vontade de aprender e me desenvolver.
Uma coisa que eu sofri para aprender foi sobre ser perfeito. As coisas não precisam estar 100% sempre. Isso foi difícil porque eu era perfeccionista e mostrava o resultado a alguém quando realmente tinha a certeza que estava perfeito. Acabei deixando de lado esse perfeccionismo e me preocupei mais com o processo do que com o resultado.
Eu ainda não conclui meu portfólio como gostaria, mas estou fazendo um pouco a cada dia e entendi que não preciso ficar tão tensa sobre isso.
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Quais são os desafios encontrados em UX Design?
Quando ingressei me senti feliz por não ter a pressão de me mostrar entendida sobre o assunto, já que eu estava entrando em uma posição mais júnior.
Na minha tribo, existem três Designers. Uma dessas Designers me ajudou muito na empresa, pois nós temos o acompanhamento mensal com alguém mais experiente para ter uma conversa sobre a satisfação e qualquer outro assunto relevante.
Então, o desafio para mim é me tornar como a Designer que me ajudou, uma facilitadora.
Por isso, meu crescimento não é tão técnico e sim relacional. É sobre saber lidar com as situações e isso é algo que eu ainda tenho a melhorar.
Independente se a pessoa é júnior ou sênior, o que conta é a vontade de aprender.
O que você diz sobre o Bootcamp MID?
Como mencionei, eu já havia feito alguns cursos antes do MID, mas não sentia que eles foram um grande diferencial para mim.
Então, em virtude dessas experiências anteriores, eu não sou fácil para confiar em determinados cursos. Porém, com o Bootcamp MID foi diferente. Eu confiei muito e não me arrependo de nada.
Foi um investimento muito bom, pois não é só fazer o curso para conseguir um emprego. É necessário fazer os projetos e compartilhar, receber ajuda de outras pessoas que estão na mesma situação, isso agrega um crescimento pessoal gigantesco.
Por isso, o MID proporciona não só um avanço no crescimento profissional, mas um avanço técnico. Além disso, também mostra a realidade e mostra que eu vou conseguir chegar onde quero.
Minha recomendação sobre o curso é que mesmo que alguém consiga o emprego que almeja na área de UX Design, não pode parar de estudar os níveis porque ele tem muita coisa a agregar e para mim foi um grande investimento. Pois, não sou forçada a fazer, eu faço porque gosto muito e isso proporciona uma imensa satisfação.
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Quais são seus planos para o futuro?
Estou vivendo um dia de cada vez, pensando um pouco mais longe e dentro da empresa que atuo hoje. Assim, minha vontade é me tornar uma facilitadora aqui na empresa.
Após sair daqui, gostaria de trabalhar fora do país. Para mim é algo até mais fácil porque tenho cidadania italiana, então preciso aproveitar essa chance. Já até pesquisei os pontos negativos e positivos do mercado lá fora e espero ter uma oportunidade.
Qual dica você dá para quem também quer migrar para UX Design?
O LinkedIn é uma ferramenta muito importante para você que está buscando uma oportunidade em UX porque lhe coloca em evidência. Nessa rede, há uma conexão e compartilhamento muito forte, você é capaz de se conectar com alguém que trabalha no Google, por exemplo, e isso não se encontra em nenhuma outra rede. Então, se você deseja alcançar uma vaga em UX Design é preciso estruturar muito bem seu LinkedIn.
Uma outra dica que eu dou é não desistir. Isso acontece muito, já vi várias pessoas pensando em desistir, dizendo que o mercado brasileiro não é bom e que não paga bem, etc. Porém, eu posso garantir que se eu consegui uma oportunidade sem estar 100% pronta, sem o portfólio perfeito, qualquer um também pode.
Ninguém precisa fazer tudo perfeito ou esperar o momento oportuno, até porque o momento certo não existe. É necessário confiar em si mesmo e seguir o que as pessoas falam dentro da comunidade da Aela, fazendo isso a pessoa consegue uma oportunidade na área de UX Design. Então, sem pressa, pois existe oportunidade para todos dentro do UX Design.
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