Jonathan Andrade é aluno do Bootcamp MID já há algum tempo e conseguiu migrar para UX Design em menos de 1 ano.
Ele nos conta como organizou os estudos e como um exercício do MID o ajudou a conseguir a sua primeira oportunidade na área.
Além disso, Jonathan fala um pouco sobre as diferenças que ele sente entre a rotina de um Diretor de Arte e de um Product Designer.
Jonathan, conta um pouco do seu background pra gente
Eu me formei em Publicidade e Propaganda em uma faculdade aqui de Campinas e desde o meu primeiro estágio na área eu trabalhei com criação.
Mas eu desenvolvia projetos bem básicos, como cartão de visita e crachá de empresa; e chegou um momento em que eu não queria mais ficar fazendo esse tipo de trabalho.
Principalmente porque eu conversava com outras pessoas da área, e elas estavam trabalhando em logos, identidades visuais e sites. E decidi que eu queria fazer isso também.
Saí desse meu primeiro trabalho, entrei em uma outra agência mais especializada em branding e gostei bastante dessa área também.
Mas foi só em outra agência ainda que eu tive meu primeiro contato com interfaces. Nessa oportunidade, trabalhei junto com um desenvolvedor que me ensinou muito!
Ele me mostrou como pensar no desenvolvimento de uma interface. Ao invés de sair fazendo no desespero, ele me ensinou a rascunhar as minhas ideias e a planejar o que eu queria fazer, com antecedência.
A partir disso, comecei a olhar para essa área de interfaces de um jeito diferente e comecei a pesquisar e estudar mais sobre o assunto.
Foi nesse momento que virou a chave para querer migrar para UX Design?
Na verdade, foi nesse momento que eu comecei a entender que essa área existia.
Mas eu ainda continuei trabalhando como Diretor de Arte e até fui convidado para ser sócio de uma agência.
E foi nessa época, quando tinha a minha própria empresa, que eu comecei a ler muito mais sobre UX e UI Design e, inclusive, eu já acompanhava você — Felipe — lá no Choco la Design.
Então, eu lia sobre UX, Usabilidade e Design Centrado no Usuário e eu queria implementar esses processos dentro da minha agência. Mas era muito difícil porque a dinâmica de agência é completamente diferente. Os prazos são todos apertados e não há tempo para você pensar, só há tempo para fazer. E isso me desmotivava bastante.
Certo dia, então, eu recebi um email seu, do Choco la Design, com um questionamento muito interessante:
"Como você está na sua profissão? Como você está se olhando? O que você realmente quer?"
Esse email foi como um estalo na minha mente e eu comecei a refletir sobre minhas vontades e sobre a minha carreira.
A partir disso, eu decidi que eu iria me matricular no MID, da Aela. Para me aprofundar nos estudos e conseguir mais conhecimentos sobre a área de UX e UI Design.
Dica de Leitura: O Que é o MID?
Como que você organizava os seus estudos?
Eu sempre gostei muito de ter rotinas, então conciliar os estudos com o trabalho na agência não foi algo tão complicado.
Nesse sentido, eu estabeleci que iria estudar cerca de 3 horas por dia.
Então, a minha rotina era chegar em casa depois do trabalho, jantar, dar um tempo para a cabeça esfriar e partir para os estudos.
Esse era meu ritual durante a semana. Aos finais de semana, eu me dedicava o dia inteiro para os estudos. Eu acordava, tomava o café da manhã, ligava o computador e só parava lá pelas 18h.
Apesar dessa rotina mais intensa de estudos, eu separava pelo menos 1 vez na semana para nem abrir o computador. Eu acho que precisamos ter um tempo para limpar a mente para conseguir manter essa consistência.
Além disso, algo que me ajudou foi entender que há dias em que você será muito produtivo nos estudos, enquanto há outros que são mais difíceis, e tudo bem!
O importante é manter a consistência e se um dia você não está conseguindo fazer algum exercício prático, leia um material, assista um vídeo ou planeje seus estudos do dia seguinte. Nem todos os dias serão produtivos, e tudo bem! Não devemos nos cobrar por isso.
Passando esse período intenso de estudos, como foi a busca pelas oportunidades em UX Design? Você tem algum aprendizado ou dica para trazer?
Eu estava conciliando os estudos com o trabalho na minha agência.
Quando decidi realmente procurar oportunidades, eu resolvi sair da sociedade para me dedicar 100% ao UX Design.
A partir disso, eu pude me dedicar mais em construir e aprimorar meu portfólio e isso realmente fez uma grande diferença ao procurar por vagas e oportunidades.
Quando os recrutadores viam o projeto do Wikipedia — um dos exercícios do MID —, eles ficavam bastante curiosos e acabavam me chamando para as entrevistas.
Falando do meu emprego atual, o processo seletivo foi bem simples, em 3 etapas. Uma delas envolvia um exercício de Whiteboard e foi bem legal, nunca havia feito algo parecido. Acabei me saindo muito bem nessa etapa e eles me contrataram.
Quais as diferenças entre sua rotina na agência e agora em Product Design?
A principal diferença é o planejamento.
O planejamento em Product Design é muito mais definido e focado. Todo o time conhece as metas, os objetivos e sobre o negócio. Dessa forma, a equipe consegue trabalhar junto para entregar valor para a empresa e para o usuário.
Agora, falando dos processos, eu tive uma surpresa. Apesar de termos processos bem definidos, muitas vezes não conseguimos seguí-los à risca.
Por exemplo, nos processos de teste de usabilidade, nós temos que adaptar as diversas formas e ferramentas para cada projeto. Entender se é melhor usar wireframes ou protótipos da alta fidelidade. Nem sempre você vai conseguir utilizar as ferramentas que gostaria.
Portanto, esse foi um grande aprendizado que eu tive. É importante ter os processos bem definidos, mas também é essencial conseguirmos ser flexíveis para atender o projeto da melhor forma possível.
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E do lado pessoal? Como você está se sentindo trabalhando com UX e Product Design?
Ah, eu tô super feliz!
A empresa onde trabalho tem uma estrutura e maturidade de trabalho muito boa.
E isso só se fez mais evidente quando todo esse caos de pandemia e quarentena começou.
Praticamente não senti diferenças entre o modo de trabalho de antes da pandemia para agora. Estamos trabalhando super bem com o Home Office. A única mudança realmente foram as interações presenciais. No dia a dia isso acaba fazendo um pouco de falta.
Fico feliz porque percebo que a empresa também tem esse valor da evolução e do aprendizado.
Qual foi o seu maior desafio nesse primeiro ano trabalhando com Product Design?
Acredito que o maior desafio foi entender o mercado no qual a empresa está inserida.
O foco do nosso trabalho é em advocacia. Então, para um publicitário começar a trabalhar com isso foi bastante diferente e desafiador!
Eu precisei estudar muito, aprender termos técnicos, processos e um monte de outras coisas.
Por ser um mercado bastante complexo, isso exigiu muita pesquisa da minha parte para entender melhor como que as coisas funcionam.
Na verdade, eu ainda preciso estudar! (risos)
Porque sempre tem coisa nova para aprender e temos que ficar antenados no que acontece e pesquisar constantemente sobre esses assuntos.
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Quais dicas você daria para o Jonathan do passado?
Nossa, eu falaria para ir fundo! Que ele pode parar com que está fazendo e começar a correr atrás desse sonho porque ele tem a capacidade necessária.
Eu vejo muita gente competente, mas que não acredita na própria capacidade.
Esse foi um dos meus maiores aprendizados. Se eu tivesse mais segurança das minhas habilidades, eu poderia ter migrado antes para UX Design e estaria há mais tempo na área e com mais experiência e conhecimento.
Antes de começar eu ficava com essa indecisão, com medo e inseguro sobre o futuro.
Se tem alguma dica que eu posso dar para quem quer migrar para UX Design é: vai em frente! Dedique-se todo dia, corra atrás e mergulhe de cabeça porque, no pior dos casos, você vai aprender algo novo e isso por si só já é algo bastante positivo.
Quais são os seus planos para o futuro?
Eu sempre quis construir uma carreira internacional, não importando em qual área ou mercado.
Acredito que explorar novos lugares e culturas é importante para expandir a cabeça e os conhecimentos.
Então, um dos meus objetivos é me tornar um designer internacional, trabalhar em uma empresa fora do Brasil e, além disso, conseguir me certificar pela NN/g.
Mas esses planos são para o futuro. Atualmente, eu acho a empresa onde trabalho excelente e estou muito feliz onde estou.
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