Amanda Menoti é aluna do Bootcamp MID e nos conta como foi a sua trajetória para migrar para UX Design, tendo background em Arquitetura e Urbanismo.
Ela nos conta quais os motivos que a fizeram se apaixonar pela área e como conseguiu aproveitar ao máximo os primeiros níveis do curso.
Além disso, Amanda fala sobre as soft skills que foram essenciais para que ela conseguisse conquistar a sua primeira oportunidade em UX.
Confira e inspire-se!
Amanda, obrigado pela participação! Fala um pouco sobre você
Oi! Bom dia, boa tarde, boa noite! Não sei que horas você está assistindo esse vídeo, haha.
Meu nome é Amanda Menoti, eu sou formada em Arquitetura e Urbanismo, mas hoje sou UX/UI Designer e agora estou nesse universo fantástico do UX.
Como foi o seu processo para migrar da arquitetura para o UX Design?
Eu me formei em 2018 em Arquitetura e Urbanismo, mas eu já não era apaixonada pela área. Mesmo assim, eu estava com aquele pensamento, cheguei até aqui então vou me formar.
Acontece que eu nunca gostei de arquitetura, mas gostava bastante de urbanismo. Infelizmente, essa é uma área bem difícil de conseguir um emprego aqui no Brasil, não é uma profissão valorizada. Por isso, estava muito difícil conseguir um emprego fixo, havia muito trabalho freelance, mas com uma remuneração bem ruim.
Nisso, veio 2020, a pandemia e com ela diversas crises existenciais: o que eu estou fazendo da minha vida? Quem sou eu?
Nesse momento de crise e reflexão, percebi que eu estava colocando muita energia em cursos e especializações para entrar num mercado no qual não me via trabalhando no longo prazo.
Então, eu decidi que iria mudar e explorar outros mundos. Comecei a pesquisar na internet algumas coisas e caí no Workshop da Aela, para migrar para UX.
Eu não lembro como eu caí no Workshop, mas foi aí que tive o primeiro contato com esse universo e fiquei muito interessada.
Participei do Workshop, mas não comprei o MID ainda, porque eu queria entender melhor o que era UX. Então, fiz alguns cursos gratuitos, li muito e fui me apaixonando pela área.
UX é totalmente diferente de arquitetura, mas ao mesmo tempo eu vi que conseguia aproveitar muita coisa, como processos de criação, como lidar com pessoas, etc. Então, hoje eu utilizo muita coisa que aprendi antes de migrar, principalmente a parte de lidar com clientes.
A arquitetura também me ajudou muito a entender a estrutura de sites e aplicativos; e que há limitações técnicas. Eu faço muitas comparações na minha cabeça, se uma casa tem uma estrutura X, sai por um preço, mas um prédio é uma coisa totalmente diferente.
Para aplicativos eu sigo a mesma lógica, se eu escolher tal componente, a construção fica mais fácil, em outros casos não. Então, eu sigo fazendo muitas comparações nesse sentido.
Bom, depois de fazer alguns cursos gratuitos, um tempo depois abriu outra turma do MID e eu me inscrevi! Nesse momento eu já estava apaixonada pela área. Até cheguei a pesquisar outros cursos, mas eu gostei muito da abordagem da Aela.
Foi quando começou oficialmente a jornada para migrar para UX.
Dica de Leitura: O que é o MID?
O que fez com que você se apaixonasse por UX Design?
Eu gostei de UX porque é uma área que envolve muitas matérias diferentes, é muito multidisciplinar.
Eu sempre fui uma pessoa muito multidisciplinar. Lembro que na época do vestibular foi muito difícil escolher um curso para seguir. Eu gostava de história, de contas, e de diversas outras coisas. Tanto que eu escolhi a arquitetura, que é um curso que tem muita coisa, história, cálculo, artes, etc.
Eu gostei dessa pegada em UX porque vc não cansa de um assunto só, tem muita coisa diferente. Em particular, o que me atraiu muito foi toda a parte de psicologia que tem por trás da área.
Outra parte que gosto também é lidar com negócios, acho muito interessante estudar sobre isso.
Então foi isso, UX aborda assuntos diversos e muito interessantes pra mim, isso me atraiu profundamente.
Como você conseguiu organizar e focar nos estudos? Foi difícil, por conta da pandemia?
Eu decidi que me dedicaria 100% ao curso. Mas eu tenho meus privilégios, né. Eu moro com meus pais, então eu pude tomar essa decisão, fazer essa pausa e me dedicar aos estudos.
Antes de começar o MID eu já tinha uma rotina de estudar em casa, porque eu não estava trabalhando oficialmente com arquitetura. Eu fazia uns freelances, mas eu também estava estudando para concurso. Por isso, eu já tinha essa disciplina de sentar, estudar e isso me ajudou muito.
Apesar disso, não foi fácil. Durante a pandemia teve muito estresse e ansiedade. Houve dias em que simplesmente não rolava estudar, e tudo bem.
Mas enfim, eu me dediquei 100% ao MID e, além das aulas, eu lia muito material complementar para poder me aprofundar em determinados assuntos.
Então, eu assistia as aulas e depois me aprofundava naquilo que eu tinha ficado com dúvida ou no que eu achava mais interessante.
Foi isso.
Nesse período você deve ter lido muitos livros sobre UX e usabilidade. Você tem alguma indicação?
Um que eu estou lendo no momento é o Just Enough Research, da Erika Hall. Acho que não tem em português, mas para quem sabe ler em inglês é um livro muito interessante porque fala da rotina de quem faz pesquisa.
Ela utiliza uma linguagem leve e fácil de entender, e traz diversos pontos e situações que acontecem na rotina de trabalho, e como você pode fazer uma pesquisa acontecer, mesmo com falta de tempo.
Outro livro bem legal é o Design Do Dia a Dia, que é o básico do básico. Esse eu li lá atrás, bem no começo da minha jornada e me ajudou a virar a chave com coisas relacionadas a design.
Apesar da arquitetura também prezar bastante pelo bom design, esse livro me fez perceber que as vezes quando não consigo usar algum produto, talvez a culpa não seja minha, mas de um design ruim!
Esse livro é bem interessante para quem está iniciando.
Dica de Leitura: 5 Livros Essenciais Para Iniciar Em UX
Quando você percebeu que já estava preparada para procurar vagas em UX Design?
Eu tinha colocado na cabeça que começaria a procurar vagas a partir do nível 2 do MID. Eu sei que vocês falam que o ideal é ir até o nível 4, mas eu precisava muito de um emprego.
Então, o que eu fiz foi me dedicar muito ao curso, nesses primeiros níveis. Nesses projetos iniciais eu sempre fazia a mais. Por exemplo, desde o nível zero eu fazia pesquisa com usuários, mesmo sabendo que não precisava. Mas eu tinha tempo e a disposição para fazer e me jogar nisso.
Além disso, fiz alguns trabalhos voluntários em UX que também me ajudaram a ter outras perspectivas.
Finalizei o nível 1 e eu dei uma pausa nos estudos para me dedicar ao portfólio e ao currículo.
E foi isso. Comecei o MID em junho de 2020 e comecei a procurar vaga em março de 2021. Foram 8 meses de estudos, mais ou menos.
Como eu me propus a fazer os projetos mais completos, fazendo e pesquisando coisas a mais, eu senti que estava pronta para começar no mercado de trabalho.
Eu participava de comunidades de UX e percebi que o MID é um curso muito acima dos outros que existem por aí. Não querendo soar prepotente, mas vi casos de pessoas com conhecimentos menos profundos do que o meu e que estavam conseguindo vaga e seu lugar no mercado.
Então, eu comecei a me dedicar ao portfólio e aplicar para muitas, muitas e muitas vagas, até conseguir minha oportunidade.
Aplicando para muitas vagas, com certeza vieram algumas negativas. Como você lidou com isso e se manteve firme até conseguir um sim?
Foram dias de luta e dias de luta!
Eu estava nessa rotina de aplicar para muitas vagas e é difícil. Você se aplica, não tem resposta, muda o currículo, o portfólio, melhora isso, melhora aquilo.
A parte mais frustrante é quando não me dão resposta. Ou então, nos sites de vagas, quando é preciso fazer testes gigantes. Eu já desisti de vaga por causa disso, porque o teste iria demorar, literalmente, duas horas! E eu já tinha feito esse tipo de teste e no final não obtive resposta nenhuma sobre a minha candidatura, nem o não.
Foi muito cansativo o processo de procurar vaga. Foram 3 meses só focada nisso e não vou mentir, tinha hora que dava vontade de desistir. Mas a gente tem que seguir firme.
Então, fui tentando melhorar, a partir das entrevistas em que eu recebia algum feedback.
Além disso, procurei maneiras de me destacar, não só com o currículo ou com portfólio, mas também na minha apresentação, no meu discurso. Tem uma iniciativa muito bacana chamada Se Candidate, mulher!, elas dão dicas de currículo, de posicionamento durante a entrevista e tal.
Esse tipo de conhecimento me ajudou a conseguir me vender, a comunicar melhor a minha história. Saber se comunicar e expor as ideias de uma maneira atraente e que envolva a pessoa é muito importante, inclusive para UX Design. Então, eu tive que treinar isso.
Teve algum detalhe que foi crucial para você conseguir a vaga que está hoje?
O que me ajudou muito foi a parte de comunicação, sem dúvida. Eu sei que isso foi um diferencial ali na entrevista.
Lembro que no dia eu estava muito nervosa. Tinha passado o final de semana fazendo um teste para outra vaga e já tinha feito uma entrevista na parte da manhã. Eu estava ansiosa, cansada e preocupada, porque precisava muito de um emprego.
O processo de aplicar para muitas vagas pegou muito na minha ansiedade. Então, na entrevista eu estava muito nervosa.
Mas felizmente eu consegui dar uma segurada e a habilidade de comunicação me ajudou muito.
O feedback da empresa foi justamente esse, relacionado às minhas soft skills, e eu percebi que isso é muito importante e tem um peso enorme nas entrevistas.
Para essa vaga foi isso.
Houve outra oportunidade e foi a mesma coisa, fui muito elogiada pela comunicação e organização do projeto. Acabei passando nessas duas oportunidades, inclusive!
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No fim você conseguiu duas ofertas, então?
Pois é! Olha as voltas que o mundo dá!
E como que está sendo trabalhar com UX Design? Como é seu dia a dia?
Eu estou muito feliz, de verdade! Estou muito realizada! Hoje eu atuo como UX/UI Designer, então estou nas duas pontas.
Trabalhar e estudar são coisas muito diferentes. No curso você consegue fazer todos os passos certinho, tem todo o tempo do mundo para fazer o projeto, é um ambiente controlado.
No trabalho você tem prazos! Eu estou numa consultoria, então não posso demorar todo o tempo do mundo para terminar o que tenho para fazer.
Mas está sendo uma experiência muito legal, estou aprendendo muito. Estou aqui só há 4 meses, mas já cresci muito! Isso porque eu tenho contato com UX de verdade, lido com cliente, tenho responsabilidades, então eu me forço a aprender. Se eu não sei algo, eu vou lá e estudo para entender como fazer.
Então é isso, no trabalho há um crescimento muito mais acelerado do que no curso! Eu estou adorando!
Como é atuar em uma consultoria de UX Design?
O trabalho varia muito dependendo do projeto. Há momentos em que atuamos de ponta a ponta, desde a pesquisa até a entrega final, mas nem todo projeto aborda todas as etapas.
A rotina acaba sendo diferente porque tudo muda. E eu gosto muito de trabalhar com consultoria justamente porque cada hora é um projeto diferente.
Meu primeiro projeto era com um determinado tipo de empresa, e o projeto seguinte já era com um cliente completamente diferente em tudo!
Eu acho isso muito interessante, gosto de mudar essa chave e conhecer outra empresa e outro produto.
Mas eu entendo que é uma faca de dois gumes. Apesar do ambiente dinâmico, você não consegue se aprofundar tanto.
Quando você trabalha em um produto só, você tem a oportunidade de conhecer esse produto e o mercado a fundo; você acompanha o produto crescendo.
Na consultoria é diferente. Você tem um tempo curto, então você entende do negócio, mas numa profundidade menor. Depois que a gente termina o projeto eu não sei se vou ver esse produto de novo e ter a oportunidade de melhorá-lo.
Dica de Leitura: A Importância da Curiosidade na Carreira do UX Designer
Durante sua trajetória, qual foi o maior aprendizado que você contaria para a Amanda do passado?
Pra mim, o que mais me marcou foi a necessidade de aprendizado e melhoria contínua.
Por mais que eu dê o meu melhor, eu sei que ainda tenho muito para melhorar. Tecnologia é algo que está sempre mudando.
Então, a gente precisa estar sempre estudando.
O que eu falaria para a Amanda do passado é: não vai ser fácil porque você vai ter que aprender muita coisa e depois vai ter que continuar aprendendo. Mas vai dar tudo certo!
Isso de entender que sempre temos que melhorar e que as coisas não saem perfeitas, me ajuda a abrir mão do perfeccionismo.
Acho que esse é o principal aprendizado. UX é uma área na qual você não pode ficar confortável, tem que buscar conhecimento o tempo todo!
Amanda, obrigado pelo seu tempo e por nos contar sua história! Sucesso na empresa e na carreira!