A Flávia é aluna do Bootcamp MID e conversou um pouco com a gente sobre seu processo para migrar do Design Gráfico para UX Design.
Ela conta sobre a dificuldade em conciliar o trabalho com os estudos, e como a pandemia teve um efeito positivo em sua dedicação.
Além disso, Flávia explica como uma conversa com nosso mentor Felipe fez com que ela encarasse seus medos e inseguranças e começasse a procurar oportunidades no mercado.
Confira essa história e outras dicas importantes nesta entrevista inspiradora!
Flávia, pra começar, apresente-se para nós
Eu sou a Flávia e tenho 37 anos.
Conheci o seu trabalho lá no Choco La Design e te acompanho desde essa época, e é por isso que conheço a Aela.
Meu background é em design gráfico e apesar de ter bastante material online sobre o assunto, eu ainda estava bem distante do UX Design.
O meu trabalho era bastante focado em fazer telas bonitas e entregar um material legal para a publicidade.
Só depois que eu entendi que o conceito de UX faz muito mais sentido, porque nos faz estudar e pensar no usuário, para entregar produtos de qualidade e que façam sentido para as pessoas.
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Como você descobriu o UX Design?
Vendo alguns materiais e conteúdos que vocês da Aela disponibilizavam.
Nisso, comecei a ir atrás de outros materiais para entender melhor sobre esse mundo que vocês estavam falando.
Na época, já existiam muitos materiais e eu fui acompanhando conteúdos de diversos lugares, até para entender se o UX Design fazia realmente sentido para mim.
O que você diria que fez seus olhos brilharem para o UX Design?
Eu vejo pessoas tentando migrar para UX pelos mesmos motivos pelos quais eu mudei.
Depois de ficar muito tempo trabalhando com publicidade, comecei a questionar o que eu estava entregando para o mundo e para as pessoas. Algumas coisas já não faziam mais sentido para mim.
Para mim, esse foi o ponto mais importante e que me fez querer mudar.
Quando comecei a conhecer mais sobre UX, os materiais que consumia me traziam respostas que eu já não tinha mais. Por que eu não poderia tentar melhorar a vida das pessoas de alguma forma?
Com isso, percebi que o design ainda fazia sentido para mim, mas eu precisava somente de um outro olhar sobre o assunto.
Como foi o seu processo de estudos?
Foi e ainda é bem legal!
UX é algo que você não para nunca de estudar. Então, tudo que li no começo me deu uma boa base para me levar por esse caminho.
Para mim, o mais importante foi organizar os materiais de uma maneira que fizesse sentido com as coisas que eu estava fazendo.
Hoje, existem muitos cursos e metodologias; não é simplesmente você aplicar esses conceitos no seu dia a dia, como se fossem regras cravadas na pedra.
O MID é estruturado de uma forma que te leva a entender isso.
Não é um curso que te enche de informação e depois você que se vire com isso.
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Você se interessou por UX e já entrou no MID ou ficou estudando por conta durante um tempo?
Eu fiquei um tempo estudando e lendo por conta para entender se aquilo fazia sentido para mim; se eu gostava da área.
Falando sobre conteúdos de estudo, qual dica você daria para quem está interessado em migrar para a área?
Eu lia muito, e ainda leio, o Medium. Acho que ali existe um combinado de grandes realidades e contextos diferentes. Principalmente porque tem muita gente que coloca depoimentos e pontos de vista próprios.
Isso é legal para você analisar se UX é realmente a área para qual você quer migrar. Lendo esses textos você alinha as expectativas e não se engana. Acho que isso é bastante importante.
Uma coisa que faz bastante diferença também são as mentorias e conversas paralelas, que vocês propõem com o MID.
Com isso, vocês trazem muitos pontos que vão tem a ver com técnica, mas com mercado. E acho importante para as pessoas terem essa noção também.
Como foi o processo de estudar para migrar para UX?
Eu acho que os processos dependem muito de cada um.
A gente precisa estabelecer quais são as nossas prioridades, onde queremos chegar e saber que vamos ter que nos dedicar para isso.
Eu fiquei chateada comigo mesma porque, depois que entrei no MID, demorei um pouco para começar os estudos. A minha rotina na publicidade era insana e era normal trabalhar até de madrugada. Essa situação fazia com que eu não conseguisse organizar os meus estudos.
Então, fiz um compromisso comigo mesma. Pensei: "a mudança depende só de mim, se eu não sentar e me organizar, independente de qualquer coisa, eu não vou conseguir migrar."
No meu caso, a pandemia acabou colaborando com os estudos porque tive uma redução de jornada. Com isso, aproveitei esse tempo livre para me organizar e montar meu processo de estudos.
Você teve alguma rotina para ajudar a manter o foco durante a pandemia?
Eu entendi que quando nos deparamos com uma enxurrada de conteúdo parece que nada daquilo faz sentido.
Então, quando eu me via nesse tipo de situação, eu não forçava o estudo para não gerar nenhum tipo de frustração ou desânimo.
Eu entendi que tinha que respeitar os meus limites.
Sempre que eu me sentia cansada, eu parava e descansava e fui tocando os estudos passo a passo.
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Quanto tempo você levou para conseguir sua vaga em UX Design?
Desde que eu comecei realmente a me empenhar nos estudos, acho que foram uns 7 ou 8 meses.
Como foi o processo de procurar uma vaga na área?
Eu sabia que eu precisaria de um portfólio, mas eu não me sentia segura para mostrar os meus trabalhos. O meu nível de exigência era muito alto.
Mas foi nesse momento que nós conversamos, Felipe, e você me disse: "a perfeição talvez não exista. Eu acho que você deve tentar exatamente no patamar que você está e vai sentindo conforme for passando pelas entrevistas."*
Isso me marcou muito e eu decidi tentar procurar oportunidades, mesmo com a insegurança.
Dessa forma, montei meu portfólio e comecei a estabelecer networking com pessoas da área pelo LinkedIn.
Para essa vaga específica, um aluno do MID postou na nossa comunidade de alunos, eu entrei em contato com o responsável e deu certo.
Mas antes disso, eu participei de diversos processos seletivos que não deram certo.
Durante esse caminho, eu tive diversos feedbacks muito legais e que me ajudaram a evoluir em muitos aspectos.
Por exemplo, nos testes, as pessoas me orientavam sobre o que eu havia feito de bom e o que poderia melhorar. Isso foi ajudando no meu direcionamento e na minha evolução.
Se eu não tivesse tido a coragem de começar a me aplicar para vagas mesmo com o portfólio não perfeito, talvez eu não tivesse recebido toda essa ajuda.
Esses feedbacks e percepções foram muito importantes para mim.
*Felipe: Acho importante apenas ressaltar para quem estiver acompanhando essa entrevista, que a questão da perfeição não quer dizer que você pode fazer um portfólio sem estudo e de qualquer jeito. O estudo é importante para saber o que você está fazendo.
Qual foi o seu maior aprendizado com esses feedbacks?
O maior aprendizado veio de uma empresa daqui de São Paulo.
Eu fiz umas 4 etapas antes deles me mandarem um teste para fazer.
No teste, eu estruturei tudo conforme aprendi no MID, enviei o case finalizado e o responsável da área me ligou.
Nessa ligação, ele me explicou ponto a ponto o que achou interessante no meu case e o que identificou que eu precisava desenvolver mais. Além disso, comentou o que ele mesmo faria se estivesse no meu lugar, fazendo o teste.
Ele foi bem aberto e disse que se eu quisesse voltar a conversar dali uns 6 meses, poderíamos falar!
Qual a principal dica que você daria para a Flávia do passado?
Eu acho que diria para não demorar tanto para começar o processo de mudança.
Eu me arrependo um pouco disso; de não ter organizado a minha rotina de estudos desde o começo. Eu esperei chegar num limite para conseguir me forçar a fazer as coisas.
Posso arriscar dizer que você está satisfeita com a migração para UX?
Sim!
Não tenho o que reclamar da área ou do mercado. As pessoas são muito abertas, sempre foram muito solicitas comigo e nunca me ignoraram.
Além disso, tem muita vaga mesmo!
Acho que se você não estiver com muita pressa de entrar numa vaga na área, vale a pena se preparar mais, para entender onde você quer chegar.
É muito importante entender em qual tipo de empresa você deseja trabalhar.
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Alguma dica final?
Vai fundo porque vale a pena!
Observação: pouco depois da entrevista, a Flávia foi convidada para assumir uma posição em uma outra empresa. Agora, ela vai contar um pouco mais sobre esse processo.
Flávia, parabéns pela segunda oportunidade! Conta pra gente como foi!
Por meio do LinkedIn, uma recrutadora da Accenture, entrou em contato comigo, perguntando se havia interesse em participar de um processo seletivo.
Eu topei e acabou rolando!
Eu entrei em março pro One Studio que fica dentro da Accenture.
Está sendo muito legal e estou aprendendo muito! Estou muito feliz!
Você pode contar um pouco sobre o processo seletivo?
O processo teve mais ou menos 3 etapas.
Primeiro, a recrutadora conversou comigo para fazer esse contato inicial, em seguida falei com a líder do One Estúdio, em uma conversa de uma hora mais ou menos.
Depois disso, já fui para a fase burocrática de levantar documentação. Esse é um processo que não é feito aqui no Brasil; é bem rigorosa, mas deu tudo certo.
Como é atuar em UX Design em uma grande consultoria?
Eu acho que a melhor coisa é o fato de poder participar de diferentes projetos com os mais diversos clientes.
Meu primeiro projeto foi com uma mineradora bem conhecida; e agora entrei num outro projeto de um hospital, que tem uma realidade bem diferente.
Então, eu acho que estar numa consultoria abre o leque de possibilidades de trabalho e metodologias que você aplica, e isso é bem interessante.
Você sente que está podendo aplicar seu potencial?
Eu me sinto muito segura porque nesse estúdio existem outros 50 UX Designers.
Então, a gente estabelece um apoio mútuo muito grande, como comunidade. Existe muita troca e conversa.
O mais legal é que a tendência desse grupo é crescer ainda mais. Então, eles pedem muitas indicações e é um mercado que vai crescer demais.
Mudou alguma coisa sobre seus planos para o futuro?
Antigamente, a possibilitar de trabalhar no exterior era um sonho distante.
Mas agora, estando numa multinacional e vendo que isso faz parte do dia a dia, eu acho que esse sonho ficou mais próximo.
Alguma recado final?
Eu acho que o mercado está super receptivo e as pessoas estão super dispostas a ensinar.
Continuo com a percepção de que é um mercado muito amigável e que há muita busca e oportunidade para profissionais.
Então, para quem tem dúvidas, eu só posso dizer que vale muito a pena.
Eu estou vivenciado algo que eu nunca tive a oportunidade e acho que todo mundo também merece isso.
Tenha coragem, não tenha medo de buscar e de se valorizar, existem vagas para todo mundo!